Conversa ocorreu após delação da Odebrecht

A PGR (Procuradoria-Geral da República) investiga mais um áudio de uma conversa grampeada entre o senador (PSDB) e Romero (PMDB), gravada dias após a divulgação de novas delações da Odebrecght, no âmbito da Operação Lava-Jato.

O diálogo entre os senadores ocorreu no dia 13 de abril, às 15h48, apenas dois dias após a divulgação dos conteúdos das delações premiadas da Odebrecht pelo ministro relator da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin.

Na conversa, Aécio diz a Jucá: “Eu acho que é agora ou nunca, né?”, ao que o peemedebista responde: “Passou do limite, porra, já devia ter sido”. Neves ainda comenta sobre uma “banalização geral da política” que vem sendo feita.

A gravação consta na delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da J&F Investimentos, grupo que controla a JBS, a Friboi, a Seara e a Havaianas. Para a PGR, há provas suficientes de que a tratativa tinha como objetivo barrar a Operação Lava-Jato.

“Além dos anteriores, outros diálogos e tentativas de contato foram aparentemente motivados pelas colaborações premiadas divulgadas às vésperas. A conversa entre os senadores discorre supostamente sobre tal assunto”, diz a Procuradoria.Novo áudio entre Jucá e Aécio aponta tentativa de barrar Lava-Jato

A PGR pediu a prisão de Aécio, mas o pedido não foi concedido pelo ministro Edson Fachin, que apenas afastou o senador de seu mandato no Congresso.

Na denúncia oferecida ao STF, os procuradores ligam a conversa a um outro diálogo de Jucá com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em que o peemedebista afirmava que a solução para “estancar a sangria” da Operação Lava-Jato no meio político era o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Para a Procuradoria, os dois diálogos estão interligados e tratam do mesmo assunto: barrar a Operação Lava-Jato. Aécio Neves e Romero Jucá respondem a cinco inquéritos no âmbito da Operação. 

(com supervisão de Evelin Cáceres)