Categoria pede exoneração do secretário

O prefeito de Campo Grande (PSD) afirmou durante agenda pública na tarde desta quarta-feira (10) que a exoneração do secretário municipal de saúde Marcelo Vilela não é atribuição do sindicato que representa os trabalhadores. Nas últimas semanas, a Prefeitura tem sido pressionada pela categoria a exonerar o titular da pasta da saúde, o que para Trad, é uma atitude “descortês”.

“É um gesto descortês com um colega de profissão, além disso, isso não é pauta do sindicato e sim uma decisão do Poder Executivo, não faz parte da negociação”, disse.

Vilela, que acompanhava o prefeito, preferiu não comentar as divergências entre sua gestão e os médicos que cobram sua saída. O secretário  limitou-se a dizer que respeita a opinião dos profissionais e lembrou que a decisão sobre sua exoneração cabe a Prefeitura.

Marquinhos e Vilela participaram na tarde desta quarta-feira de um seminário sobre o acolhimento nos serviços de saúde aos trabalhadores e usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). O evento pretende estimular melhorias nos indicadores de atendimento dos serviços, com foco nos chefes das unidades.

Ameaça de paralisação

A categoria, que pede reajuste salarial de 27%, incorporação de gratificações ao salário e, de acordo com o prefeito, também pediram a saída da atual gestão da secretária de saúde; pedido que não deve ser acatado.

Os médicos da prefeitura de Campo Grande irão se reunir em assembleia nesta quarta-feira (10), para decidir se a categoria paralisa ou não as atividades pelo não pagamento do reajuste de 27%. Até o momento, a proposta do município é de aumentar o salário desde que a carga horária também seja ampliada.

A negociação da categoria ocorre todos dos meses de maio, e neste ano, os profissionais pleiteiam 27% de ajuste salarial, tendo em vista que nos últimos anos não houve correção e a incorporação das gratificações nos salários: Aumento do salário base para R$4,7 mil, considerando a incorporação das três gratificações que hoje são pagas aos médicos.

Do outro lado, a Prefeitura de Campo Grande pretende aumentar em mais doze horas a carga horária dos médicos, hoje são 12 horas semanais, para tentar reduzir a frequência dos plantões e, consequentemente, economizar. Para ficarem mais tempo nos postos, o município pode dobrar os salários dos médicos que passaria de R$ 2,5 mil para R$ 6 mil. Além disso, a proposta prevê a incorporação das gratificações.

Atualmente, um médico pode fazer até 24 plantões por mês, atividade adicional que pode custar até R$ 21.6 mil; cada plantão custa R$ 900. Mas com uma jornada ampliada, a lógica é de que os profissionais passariam mais tempo nas unidades de saúde e a necessidade de ‘extra' menor.