Mircherd Jafar Junior está preso desde a última quinta-feira

O proprietário da Gráfica Alvorada, o empresário Mircherd Jafar Junior, também tenta conseguir uma HC (Habeas Corpus) para deixar a prisão, onde está desde a última quinta-feira (11). Ele é um dos presos da Operação Máquinas de Lama.

O pedido de soltura foi feito ao TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) e será analisado pelo desembargador Paulo Fontes, o mesmo que deferiu o HC que soltou o ex-secretário adjunto da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), André Luiz Cance.Desembargador que soltou Cance vai analisar HC de dono da gráfica alvorada

O pedido foi feito pelo advogado Fábio de Melo Ferraz, que não foi encontrado para comentar o caso de seu cliente. Segundo sua secretaria, ele está em São Paulo, onde fica o TRF3, e deve retornar ainda nesta quarta-feira (17) a Campo Grande.

Júnior é acusado pela Polícia Federal de integrar o esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, que operou durante a gestão de André Puccinelli (PMDB). Assim como o ex-governador, o empresário também teve seus bens bloqueados por decisão da Justiça Federal.

Durante as investigações da Operação Lama Asfáltica, os agentes concluíram que o ex-governador manteve contratos milionários com a Gráfica Alvorada. Em 2011, ele comprou no local 102 mil exemplares do livro “Tosco”, ao custo de R$ 3,6 milhões. Em outra ocasião, gastou R$ 870 mil sem licitação para comprar livros didáticos. Em 2013, foram dois contratos de R$ 2,2 milhões e de R$ 2,9 milhões para compra de livros.

Somente no último mês da gestão de André Puccinelli, a Gráfica Alvorada recebeu R$ 11,2 milhões, sendo que metade deste valor, R$ 5,5 milhões, foi pago no dia 30 de dezembro de 2014, ou seja, um dia antes do ex-governador deixar a administração estadual.

Pouco foi comentado por André Puccinelli ao telefone durante os anos de investigação dos órgãos. Mas um diálogo deixa claro, para a Polícia, a intenção do ex-governador. Durante a Operação Lama Asfáltica, o juiz federal Dalton Igor Kita Conrado ressaltou que Puccinelli foi citado por duas interceptações onde o secretário adjunto da Fazenda, André Luiz Cance, falava sobre a “alvorada e alvorecer”, que seria, segundo a Polícia Federal, referente a contrato com a Gráfica Alvorada, firmado no final da gestão dele.

Apesar das viagens no avião de Amorim e das doações de campanha, ainda não foi autorizada a prisão, nem a apreensão de documentos na residência do ex-governador. “Os indícios não são suficientes para busca e apreensão”, alegou o juiz à época.