Para líder do PMDB delação gera desgaste político

Na sessão desta quarta-feira (24), os deputados estaduais que receberam doações do Grupo JBS nas eleições de 2014 se defenderam, e pontuaram que não pediram dinheiro à empresa, apontando ainda como responsáveis pelos repasses os então candidatos Nelsinho Trad (ex-PMDB, hoje no PTB) e a senadora Simone Tebet (PMDB).

O deputado Marcio Fernandes (PMDB) levou cópias dos cheques recebidos do então candidato ao governo do Estado e da então candidata ao Senado, que somaram R$ 52 mil.Deputados dizem que dinheiro da JBS chegou via Nelsinho e Simone

“Como vou saber de onde legalmente veio se é oficial? O cheque é dela (Simone) e do Nelsinho. Não tem JBS na doação. Nunca fui pedir da JBS, e também não era ilegal, qualquer empresa podia doar”, defendeu-se Fernandes.

Também recebedor de R$ 52 mil em 2014 oriundo da JBS, o deputado Eduardo Rocha, líder do PMDB na Assembleia e marido de Simone, alega que foi o próprio partido quem fez a distribuição do recurso.

“Isso é um desgaste para todo mundo. A delação deles foi orquestrada para ganhar dinheiro e tudo para eles era propina”, disparou o peemedebista.

Segundo Lídio Lopes (PEN), que também recebeu R$ 52 mil, o dinheiro não vinha identificado que era da JBS, apesar do sistema de prestação de contas do TSE especificar todas as receitas dos candidatos.

O deputado Maurício Picarelli, eleito pelo PMDB, mas hoje no PSDB, afirmou que os colegas ‘não são criminosos’, enquanto sua colega Antonieta Amorim (PMDB), chegou a sugerir que os parlamentares processem a empresa pelas afirmações de que as doações eram propinas. A peemedebista foi agraciada com recebeu R$ 102 mil de recursos oriundos da JBS.

Para Beto Pereira, eleito pelo PDT e hoje também no PSDB, a proibição de doação de empresas a campanhas eleitorais vai sanar questões de acusação de propinas, como as delatadas pelos irmãos Wesley e Joesley Batista. 

Nelsinho e Simone foram procurados pela reportagem, mas não foram encontrados até a publicação da matéria.