Ex-senador teria citado Lula em delação por “barganha”
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado nesta quarta-feira (12) a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, passou todo o dia esmiuçando a sentença expedida pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro.
Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, os advogados teriam identificados pontos fracos da sentença, como um trecho em que Moro cita a delação do ex-senador Delcídio do Amaral (sem-partido), preso desde novembro de 2015.
Na última terça-feira (11), o procurador da República do Distrito Federal, Ivan Cláudio Marx, pediu o arquivamento de uma investigação contra o ex-presidente, alegando que a delação de Delcidio, tomada como base, citou Lula para “aumentar seu poder de barganha” ao negociar um acordo de delação premiada.
“A criação de mais um anexo com a implicação do ex-presidente em possíveis crimes era sim do interesse de Delcídio. Por isso sua palavra perde credibilidade”, declarou o procurador. Os advogados de Lula acreditam que citar a delação do ex-senador pode enfraquecer a denúncia de Moro.
Para a defesa do ex-presidente, a sentença foi expedida em má hora, pois há tempo para comparar a condenação de mais de nove anos com escândalos recentes que andam sem condenações, como a mala de propina do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB), ou a soltura do senador Aécio Neves (PSDB).
Líderes do PT afirmaram à coluna que não possuem um plano B para as eleições de 2018. Pretendem atacar a decisão de Moro politica e juridicamente. O partido pretende lançar uma série de manifestações, nas principais capitais do país.