Comissão também vai ouvir os irmãos Batista

Tendo como relator o deputado Marun (PMDB-MS), a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS aprovou nesta quinta-feira (21) um convite para que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot preste esclarecimentos sobre os procedimentos que resultaram no acordo de colaboração firmado entre MPF (Ministério Público Federal) e executivos da JBS.

Logo após o fim da 3ª sessão da CPMI, Marun concedeu uma entrevista em que fez críticas a Janot e à segunda denúncia apresentada pelo ex-procurador-geral contra o presidente da República, Michel Temer. Para o deputado sul-mato-grossense, a peça acusatória é “fraca” e “desprovida de provas inequívocas”.

“Novamente, estamos em momento de crescimento, até a arrecadação subiu, aí surge essa denúncia fraca, frágil, desprovida de qualquer prova inequívoca, misturando alhos com bugalhos, trazendo coisas anteriores ao mandato, ou seja, parece que veio para causar confusão e, penso eu, que teve esse objetivo”, afirmou. O vídeo da entrevista foi disponibilizado nas redes sociais do parlamentar.

Ainda na coletiva, Marun afirma que a denúncia “é até desrespeitosa com o Ministério Público” e será “rapidamente” recusada. “Parece que o ex-procurador-geral Janot não confia na sua instituição, achando quase que se ele saísse tudo ia acabar. Uma situação ridícula, desrespeitosa”, disse. “Eu penso que essa denúncia se constitui em um desrespeito à instituição que ele por tanto comandou e, penso eu, deve respeito”.

De acordo com a Agência Brasil, além de Janot, a CPMI também aprovou convite para Eduardo Pelella, que foi chefe de gabinete do ex-procurador-geral da República, e as convocações dos irmãos Joesley e Wesley Bastista, donos da JBS, e a do ex-executivo da empresa Ricardo Saud.

Também na condição de convocado serão chamados o ex-procurador da República Marcello Miller – acusado de ter orientado os irmãos Batista, enquanto ainda atuava no Ministério Público, para fechar o acordo de colaboração premiada – além do ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) Luciano Coutinho.

A denúncia

Na peça acusatória entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal), Janot pede que o presidente seja julgado pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça. A acusação se baseia em uma investigação da Polícia Federal que concluiu que Michel Temer liderava um esquema de recebimento de propina do qual participavam vários ex-deputados peemedebistas.