Casa de Reinaldo pode ser novo acampamento de servidores

O governo estadual reuniu representantes do Fórum de Servidores, na manhã desta quarta-feira (22), para iniciar as tratativas que visam reforma da previdência estadual, que, segundo a gestão Reinaldo Azambuja (PSDB), fechará o ano com déficit de R$ 1,1 bilhão.

A chefe da procuradoria jurídica da -MS (Agência de Previdência Social de Mato Grosso do Sul), Renata Raule Machado, revelou que o déficit está no plano de previdência que não acumula recursos e que inclui servidores, ativos e inativos, que tomaram posse antes de 2012, ano em que foi criada uma nova legislação previdenciária para servidores que tomaram posse a partir deste ano, que hoje é um plano sustentável.

Representantes do Fórum de servidores não querem a reforma da forma como o governo estadual tem proposto. Eles cobram auditorias nas contas da Ageprev, nos benefícios de aposentados e pensionistas e até de imóveis da Agência que foram vendidos para amenizar o déficit.

Segundo um dos representantes do Fórum, Roberto Botareli, presidente da Fetems (Federação de Trabalhos em Educação de Mato Grosso do Sul), na lista de beneficiários da Ageprev há deputados estaduais, como Roberto Orro, pai do deputado Felipe Orro (PSDB), e até servidores que contribuíram para Mato Grosso durante período ativo, mas que recebem por Mato Grosso do Sul, uma vez que optaram por morar no novo Estado após a divisão dos entes da Federação.

O secretário adjunto da SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização), Édio Viegas, o déficit de R$ 1,1 bilhão, frente ao uma receita de cerca de R$ 14 bilhões, coloca Mato Grosso do Sul em uma situação pior que o Rio de Janeiro, onde aposentados e pensionistas já sofrem com falta de recursos do governo e atraso no pagamento das aposentadorias. Segundo ele, a arrecadação da administração carioca é muito superior à sul-mato-grossense.

Renata Raule ainda revelou que existem, atualmente, cerca de 1,1 mil servidores estaduais ‘prontos' para se aposentar, um número, para o governo, significativo de funcionários que deixarão de contribuir com a Ageprev.

Acampamento

Contrários à reforma da previdência estadual, que pode aumentar a alíquota de contribuição do servidor, atualmente de 11% para 14% do salário, os representantes das diversas categorias afirmaram que podem acampar, em forma de protesto, em frente à casa do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e dos deputados estaduais que forem favoráveis à proposta.