Áudios eram aguardados por defesa do presidente

A Câmara dos Deputados divulgou neste domingo (15), em seu site oficial, áudios recuperados pela Polícia Federal que estavam sob sigilo por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal). Apesar da publicação, o relator do caso no STF, Edson Fachin, diz que as gravações permanecem em segredo.

Os áudios foram encontrados em um dos gravadores do empresário , dono da JBS, que teve sua prisão temporária decretada após o vazamento dos áudios, que comprovariam obstrução à Justiça por parte do delator.

As gravações eram esperadas pelo presidente (PMDB) já há quatro meses. Temer chegou a protocolar um pedido para ter acesso aos áudios no STF. O presidente é alvo de denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), em decorrência da delação da JBS.

Na mesma publicação, a Câmara disponibilizou vídeos da delação do operador Lúcio Funaro, que também estavam em sigilo no STF. O vazamento gerou uma crise entre Presidência e Câmara, já que no vídeo, Funaro faz acusações contra Temer.Câmara passa na frente de Temer e publica gravações em sigilo pelo STF

Ao todo, foram sete áudios recuperados pela Polícia Federal. Em um deles, o mais polêmico, Joesley Batista aparece conversando com os delatores Ricardo Saud e Francisco Assis e Silva sobre a participação do ex-procurador Marcello Miller na defesa da empresa.

Miller é suspeito de ter favorecido a JBS no acordo de delação premiada firmado pela empresa com a PGR (Procuradoria-Geral da República), na época em que ele ainda era procurador.

Parte das gravações levou o ex-procurador Geral da República, Rodrigo Janot, a suspender os acordos de delação com a JBS e determinar a prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud.

Das sete gravações recuperadas, apenas três são audíveis. Em uma delas, Saud conversa com o ex-deputado João Magalhães, e na última, Joesley conversa com um homem de nome Gabriel, que a Polícia acreditar ser o deputado Gabriel Guimarães (PT).