Vereadores de oposição aprovam Lama Asfáltica e pedem punição de “culpados”
Peemedebistas ainda não comentaram assunto
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A segunda fase da operação Lama Asfáltica divide posicionamento de vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande, especialmente quando se trata da oposição ao ex-governador André Puccinelli (PMDB), que afirma que “é apenas o trabalho da Justiça sendo feito e que aguardam punição dos culpados”, enquanto outros parlamentares entrevistados preferiram ser discretos e optaram por não comentar o assunto.
O vereador Alex, por exemplo, deixou evidente a rivalidade com PMDB, inclusive citando que a Justiça está sendo feita até mesmo pela sua sigla, o PT. “Acho que foi uma operação esperada, aguardada, anunciada e que aconteceu atrasada. Agora deve-se fazer o sequestro de bens e incriminar os culpados. Estava na hora de dar um basta neste pluralismo peemedebista, mascarado de ética e moral ilibada. Mas isso foi apenas a ponta do iceberg, de um grupo semelhante ao governo de Eduardo Cunha, com mando e desmandos na linha do golpe. Estava na hora de cessar essas armações, desse grupo que fazia uma política antipetismo. Nós sabemos o quanto esse grupo já armou pra cima da população”, disse.
Sem citar nomes, Luiza Ribeiro trata o combate à corrupção como necessidade, falando que a Justiça deve fazer sua parte, independente de pessoa, partido, ou classe social. “Acho que é natural, inclusive os réus já deveriam saber dessa operação, já que sabem que quem contraria a lei deve estar sempre preparado para ações da Justiça. Isso é fruto de um país democrático. Espero que a Justiça alcance o objetivo de alcançar todas essas pessoas que desviam dinheiro público e enriquecem ilicitamente, assim como a lei determina. A corrupção é uma vergonha para nosso país e é fácil de reconhecê-la, basta observar quem altera seu patrimônio e suas riquezas, após exercer cargo político. A política é complicada e se a pessoa não tem capacidade de ser honesta, então que não entre para a política”.
Antigo aliado partidário de Puccinelli, Edil Albuquerque, que agora atua no PTB, preferiu não tecer opinião sobre o caso, mas defendeu trabalho da Justiça. “Não conheço a fundo o conteúdo da investigação, por isso prefiro não comentar, mas acredito que a Justiça está apenas fazendo o trabalho dela. Se tem algo errado, precisa investigar”, pontuou.
A equipe do Jornal Midiamax tentou contato com a bancada do PMDB na Câmara, mas até o fechamento desta matéria, não obteve retorno. A assessoria de Carla Stephanini informou que ela está em Brasília, participando de Conferência das Mulheres. Mário César e Vanderlei Cabeludo não atenderam as ligações. A assessoria de Paulo Siufi disse que o vereador provavelmente volta ao trabalho legislativo amanhã.
Eduardo Cury (SD) afirmou que está torcendo para que a Justiça seja feita e que espera que a população não generalize toda classe política diante do erro dos envolvidos na Lama Asfáltica. “Fico entristecido, como cidadão, pela gravidade das denúncias, mas existem provas. Então avalio que a Justiça tem que fazer sua parte. Vivemos um momento delicado, tanto no cenário federal, estadual, como no municipal, mas existem pessoas corretas na política e espero que a população saiba separar as coisas, para não generalizar”.
Outros vereadores foram sucintos em suas palavras. Roberto Durães (PSC), por exemplo, disse que estava fora da cidade e que irá analisar melhor o assunto. Chiquinho Telles (PSD), Livio do (PSDB), Eduardo Romero (Rede) e Gilmar da Cruz (PRB) disseram que irão analisar melhor o caso para se pronunciarem. Os parlamentares não citados, ainda não comentaram o caso.
Lama Asfáltica
A segunda fase da operação Lama Asfáltica, denominada Fazendas de Lama, bloqueou pouco mais de R$ 43 milhões em bens de 24 pessoas, apreendeu dois aviões, um do empreiteiro João Amorim e outro do empresário João Baird, e encontrou na casa dos acusados US$ 10 mil em espécie e um montante em real que ainda está sendo contabilizado pelos agentes da Polícia Federal.
A ação, que envolveu 201 policiais federais, 28 da Controladoria Geral da União e 44 da Receita Federal cumpriu 28 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão temporária, bem como 24 mandados de sequestro de bens dos investigados, dentre eles imóveis rurais e urbanos e contas bancárias.
De acordo com o superintende da PF, Ricardo Cubas, do montante de R$ 195 milhões em obras da gestão Puccinelli, na 1ª fase da operação foram identificados desvios de R$ 11 milhões e nesta 2ª fase, mais R$ 33 milhões que teria sido desviados, um total de R$ 44 milhões. Segundo a Polícia, pelo menos 23% de cada empreendimento era desviado pelo grupo, classificado de organização criminosa pela Polícia.
O delegado ainda contou que foram apreendidos livros didáticos durante as buscas, que comprovam que apenas entre os anos de 2012 e 2014, foram desviados R$ 13 milhões de obras da gestão Puccinelli que perfazem um total de R$ 29 milhões, ou seja, 44% do investido foi desviado.
Cubas contou que todo material apreendido na casa do ex-governador ainda vai passar por análise, para apontar o ‘possível’ envolvimento de André no esquema de desvios de recursos públicos.
As prisões de Edson Giroto e sua esposa, Rachel Giroto, e do empresário João Amorim, são temporárias, com prazo máximo de 5 dias, porém o delegado Cubas pontuou que dependendo do resultado do prosseguimento da investigação, a PF pode solicitar a conversão da detenção em prisão preventiva, sem prazo para soltura dos investigados.
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