Quarta prisão de Amorim poderá também ser a mais longa, avalia delegado

Com prisão decretada, empresário se entregou nesta manhã 

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Com prisão decretada, empresário se entregou nesta manhã 

A concretude das provas colhidas contra João Amorim e Edson Giroto em operação da Polícia Federal poderá significar um período bem maior do que os 42 dias em que o empresário e o ex-deputado federal ficaram no Centro de Triagem, durante a última prisão dos dois. A avaliação é do delegado regional de combate ao crime organizado, Cleo Mazzotti.

Esta é terceira vez que Giroto é preso e a quarta vez de Amorim, ainda assim, o período contínuo máximo em que ficaram presos foi de 42 dias. De acordo com o delegado, João Amorim se apresentou na manhã desta sexta-feira (8) na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Campo Grande. Acompanhado do advogado, o empresário justificou que estava em São Paulo e em seguira foi levado para o Imol (Instituto Médico Odontológico ), onde passou por exames. Agora, ele segue preso em cela individual, enquanto aguarda por transferência. 

Nesta tarde, Amorim deverá ser transferido para mesma cela onde já se encontra Edson Giroto e Flavio Scrocchio, no Centro de Triagem, mesmo local onde permaneceram durante última prisão. Os três tiveram mandados de prisão expedidos ontem, em decorrência da terceira fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Aviões de Lama.

O diretor presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), já confirmou que assim que receber pedido de vaga da Polícia Federal, irá encaminhar Amorim para mesmo local de Giroto e Flavio. “Os três vaõ dividir cela com outros 24 presos que já estavam lá. A capacidade máxima da cela é de 24 presos e estas novas prisões as excedentes”.

Quarta prisão de Amorim poderá também ser a mais longa, avalia delegadoCleo Mazzotti é quem coordena as operações de combate ao crime organizado no Estado. Ele explica que a prisão contra Amorim é preventiva, ou seja, não existe previsão para que ele deixe a prisão até conclusão do inquérito.

“Na segunda fase da Lama Asfáltica ele foi preso, depois liberado pelo Supremo Tribunal Federal. Agora, na terceira fase, está comprovada a venda do avião. É um fato novo, então será feito um novo processo, um novo inquérito, e tudo isso vai gerar uma nova ação penal”, explicou Mazzoti.

Para o delegado, considerando a materialidade das provas, Amorim deve permanecer por mais tempo preso desta vez. “São provas concretas, mas isso não impede que ele recorra ao Judiciário para tentar a liberdade”, frisou. O aumento do período de prisão também deverá ser estendido à Edson Giroto e seu cunhado, o empresário Flavio Scrocchio, já que todos os três estão apontados em esquema de desvio de dinheiro público.

Aviões de Lama

A terceira fase da Lama Asfáltica decorre da análise de documentos apreendidos na segunda fase da Operação Lama Asfáltica, denominada ‘Fazendas de Lama’. Durante a segunda fase, foi possível extrair elementos indicativos que os investigados estavam dilapidando o patrimônio com revenda de bens de alto valor e entregando esses montantes para diversas pessoas, para tentar ocultar a origem do dinheiro, deparando-se com a prática de novas condutas delituosas, mesmo após a deflagração da primeira operação, em julho de 2015.

Conforme a Polícia Federal, trata-se da alienação de aeronave no valor de R$ 2 milhões, revelando que o grupo optou por se desfazer do patrimônio para fazer a divisão do produto da venda em valores menores, como no caso, mediante a entrega de outra aeronave de R$ 350 mil, além de quatro cheques que foram destinados a quatro pessoas, fracionando o patrimônio com o objetivo de dificultar o rastreamento do dinheiro obtido com a venda do avião, para realizar a mutação desses valores em pagamento de serviços prestados, incorporando-os na economia formal.

A organização criminosa especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais, atua no ramo de pavimentação de rodovias, construções, prestação de serviços nas áreas de informática e gráficas. Os contratos sob investigação envolvem mais de R$ 2 bilhões.

O motivo do nome da operação é em razão do modo de se desfazer da aeronave, já que o grupo utilizou de recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações, recebimento de propinas e crimes de lavagem de dinheiro. Os presos serão encaminhados para a Superintendência da PF em Campo Grande e as aeronaves apreendidas irão permanecer nas cidades onde forem localizadas.

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