Visita acontece após vários boatos

Viatura da Polícia Federal chama atenção no começo da manhã desta terça-feira (10) em Campo Grande. Isso porque ela está parada em frente ao prédio do ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB). Por enquanto não há informações sobre a operação.

Em dezembro de 2015 a imprensa da Capital já havia sido mobilizada com boatos de que Puccinelli receberia batida da Polícia Federal, mas isso nunca aconteceu. Na ocasião, segundo apuração da reportagem, Puccinelli teria dito a amigos que estava preocupado com a Polícia Federal, deixando todos alertas sobre possível prisão ou batida para apreensão de documentos.  

A gestão de Puccinelli é investigada pelo Ministério Público Estadual, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União. Há suspeita de desvios milionários na gestão de Puccinelli, que aconteceriam em superfaturamento de Obras e favorecimento a empresas em licitação.

Em dezembro a reportagem também conversou com o delegado regional de combate ao crime organizado da Polícia Federal, Cléo Mazzotti, que garantiu trabalho efetivo.  “Não vamos ficar agindo de forma midiática, pedindo prisão, para no dia seguinte a pessoa estar solta e não atendendo ao anseio da população”, disse o delegado, ressaltando que a Polícia Federal tem compromisso com a condenação, o que necessita de medidas embasadas.

O delegado disse entender o anseio grande da população para ver os mais poderosos presos, como acontece na Operação Lava Jato, mas ponderou que na investigação não há compromisso com prisão de alguém específico.

“Para nós não tem x ou y. O que importa é a condenação de quem fez um eventual crime e que temos que comprovar”, justificou. Sobre o prazo para término, Mazzotti garante que não há preocupação, visto que o inquérito segue desde 2013 e demanda de um amplo trabalho.

A Força-Tarefa do MPE chegou a prender protagonistas da gestão de Puccinelli. O  juiz Carlos Alberto Garcete decretou prisão temporária, por cinco dias, de nove investigados na Operação Lama Asfáltica. Todos eram líderes da gestão do PMDB e ligados a secretaria de Obras do Estado.

Na ocasião foram detidos o ex-deputado federal Edson Giroto (PR), João Alberto Krampe Amorim dos Santos, Átila Garcia Gomes Tiago de Souza, , Elza Cristina Araújo dos Santos,  Maria Wilma Casanova Rosa, Maxwell Thomé Gomez, Rômulo Tadeu Menossi, Wilson Cabral Tavares e Wilson Roberto Mariano de Oliveira. Além do MPE, trabalham na investigação a Polícia Federal e CGU.