Diretório nacional decide posicionamento nesta terça (29)

Os representantes de Mato Grosso do Sul do diretório nacional do PMDB deverão concentrar todos os votos pelo desembarque do partido com o governo da presidente Dilma Roussef. De acordo com o deputado federal Carlos Marun, uma das lideranças da ala que apoia o rompimento, os seis membros do diretório do Estado votarão pelo afastamento da base aliada do governo, em reunião marcada para esta terça-feira (29). São eles: o ex-governador André Puccinelli; os senadores Waldemir Moka e Simone Tebet; o presidente do diretório estadual do PMDB e deputado estadual, Júnior Mochi; o suplente de deputado estadual Eduardo Rocha; e o próprio deputado Carlos Marun.

“Todos vão votar pelo afastamento, até porque o partido se reuniu na última sexta-feira deliberou neste sentido”, afirmou Marun.

O diretório nacional do partido conta com um total de 146 votos, sendo 27 destes referentes aos presidentes dos diretórios estaduais. “Nossa expectativa é de um vitória folgada da corrente que defende o desembarque, até porque isso foi fortalecido pela posição do diretório do Rio de Janeiro, tido até agora como uma cidadela do PT dentro do PMDB. Este é um forte sintoma de que o rompimento vai acontecer com folga”, declarou o deputado.

Segundo Marum, após o possível afastamento, em até 30 dias os ministros que compõem o primeiro escalão de Dilma Roussef deverão se desligar das funções. “Entretanto, pré-estabelecemos o dia 12 de abril como uma data simbólica”, afirmou.

Posição neutra

Embora haja uma espécie de fogo cruzado no partido, com defensores e opositores do governo, a expectativa da ala ‘não-governista’ do PMDB é que, com o desembarque, a governabilidade da presidente fique comprometida e isso pressione seu pedido de renúncia. Neste sentido, Marum afirmou que o vice-presidente da República e presidente nacional da legenda, Michel Temer, com quem esteve recentemente, deverá assumir uma posição neutra neste período.

“O vice-presidente tem que cumprir seu papel constitucional, ou seja, estar preparado para assumir no caso de se fazer necessário. Nós, que somos de oposição, não estamos nem insistindo para que ele vá ao encontro desta terça-feira, afinal, ele não vota no impeachment, só os deputados. Mas, estive com ele recentemente e dei minha opinião, que ele deveria já ter na cabeça dele escolhido alguns ministros, das pastas da Fazenda, Justiça, Banco Central, Defesa e Casa Civil”, concluiu Marum.