OAB afirma que acusações sobre propina de Temer precisam ser explicadas à sociedade
Comunicado foi divulgado nesta sexta
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Comunicado foi divulgado nesta sexta
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) declarou nesta sexta-feira (9), que o governo de Michel Temer (PMDB) deve explicações sobre denúncias veiculadas pela revista Veja e pelo site BuzzFeed, de que a empreiteira Odebrecht teria repassado R$ 10 milhões em espécie para o presidente em 2014. “A sociedade precisa saber se os recursos transferidos são legítimos ou fruto de propina”, disseram em nota.
“É absolutamente necessário e urgente o esclarecimento a respeito dos repasses feitos pela Odebrecht aos partidos e autoridades públicas, inclusive ao presidente da República”, defendeu o presidente da entidade máxima da Advocacia Claudio Lamachia. “As notícias veiculadas pela imprensa sobre diversas autoridades precisam ser apuradas com urgência para que a população não fique refém da incerteza e para que o país possa superar rapidamente os problemas que enfrenta”, recomenda Lamachia.
BuzzFeed e Veja revelaram nesta sexta-feira, 9, que o executivo Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, afirmou em delação premiada que distribuiu propinas a deputados, senadores e governadores. O Estado confirmou que Temer teve dois encontros com o empresário Marcdelo Odebrecht, em 2014. Uma das reuniões foi um jantar entre o então vice-presidente, Odebrecht e o hoje ministro chefe da Casa Civil Eliseu Padilha no Palácio do Jaburu.
Em outro encontro, em São Paulo, Temer estaria acompanhado de seu colega de partido Henrique Alves. Ambos, segundo a delação, pediram dinheiro a executivos da empreiteira, em troca de uma obra. A revista informou que teve acesso à íntegra dos anexos da delação de Melo Filho, que trabalhou por doze anos como diretor de Relações Institucionais da Odebrecht. O delator teria afirmado que os R$ 10 milhões foram pagos em dinheiro vivo ao braço direito do presidente, o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O dinheiro também teria sido repassado ao assessor especial do peemedebista, José Yunes, seu amigo há 50 anos.
Na avaliação do presidente da OAB, ‘a sociedade precisa saber se os recursos transferidos são legítimos ou fruto de propina’. “No momento em que o governo pede mais sacrifícios à população para enfrentar a crise econômica, não podem pairar dúvidas acerca da integridade moral dos que comandam as instituições.” “Acompanho com atenção os desdobramentos desses fatos para que a OAB possa cumprir com rigor sua função de defender os interesses da sociedade e o cumprimento da Constituição”, destacou Lamachia. “Se necessário, a OAB usará de suas prerrogativas constitucionais para fazer valer os interesses da cidadania”. Procurado, o Palácio do Planalto afirmou que não vai comentar.
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