Discussões devem demorar dois dias na Casa

A abertura da sessão na Câmara Federal que vai analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) começou com a fala de um dos autores do pedido, o jurista Miguel Reale Junior, e fez duras críticas ao Governo Federal.

 “Golpe sim houve quando se sonegou a revelação de que o país estava quebrado, quando se mascarou a situação fiscal do país e continuaram a fazer imensos gastos públicos e tiveram que se valer de empréstimos de entidades brasileiras”, disse o jurista.Impeachment: autor do pedido afirma que Dilma ‘quebrou o país’

Reale Júnior representou os outros dois autores do pedido, Hélio Bicudo e Janaina Paschoal, e alegou que as ‘pedaladas fiscais’ não são apenas infrações administrações, mas ‘crimes de lesa pátria’.

“Qual é o crime mais grave? Um presidente que põe no bolso determinada quantia, ou uma presidente que, na busca pelo poder, destruiu a economia brasileira?”, questionou na tribuna Miguel Reale.

O jurista usou pouco menos de 15 minutos do tempo a quem tinha direito, e ainda citou que o pedido feito pelo trio foi construído com ‘consciência e análise dos fatos’. Para ele, o país sofre com a inflação, redução de salários e desemprego, como conseqüências diretas das pedaladas.

“Cometeu-se um crime de falsidade ideológica, apresentando um superávit falso”, disse. Para o jurista, os mais pobres estão sofrendo com a irresponsabilidade do governo Dilma.

“Vivemos um momento de grande aflição no país, sequiosos de nos libertarmos do grilhão de mentiras e corrupção. Queremos ressurgir para a saúde. Os deputados são nossos libertadores, da prisão que nós vivemos”, finalizou

Ele foi aplaudido pela oposição ao fim do discurso e sucedido pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo.