Nova prisão ocorre duas semanas após político ser solto

O ex-deputado federal e ex-secretário Estadual de Obras, Edson Giroto (PR), e seu cunhado e empresário Flávio Scrocchio já foram levados para o Centro de Triagem para cumprir prisão preventiva. O local é o mesmo que passaram 42 dias e de onde saíram há duas semanas. Lá a dupla vai dividir cela com outros 24 pessoas, dentre o procurador aposentado Carlos Alberto Zeolla.

Ambos estavam desde a manhã desta quinta-feira (7) na sede da Polícia Federal, para onde foram levados em razão de prisão expedida como parte da terceira fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Aviões de Lama. Desta vez, o objetivo foi evitar a pulverização dos bens dos envolvidos, segundo informações do delegado Cleo Manzzotti, da Polícia Federal.

Ao todo, a Receita Federal, Ministério da Transparência e Polícia identificaram R$ 20 milhões em créditos, ou seja, bens não declarados e seis pessoas envolvidas em esquema de desvio de dinheiro de obras públicas.

Giroto e Flávio foram removidos para o Centro de Triagem por volta das 15h30. A viatura que os transportou saiu rapidamente e chegou a passar por cima da calçada. A saída foi pelo portão em que a imprensa não estava, portanto não houve entrevista ou tempo para imagens.

Esta é a quarta vez que o ex-deputado é preso devido a investigações da época em que atuava na gestão do ex-governador do Estado, André Puccinelli (PMDB), também investigado pela Polícia Civil. Da última vez ele ficou encarcerado por 42 dias, de 10 de maio a 21 de junho, junto ao empresário João Amorim e ao engenheiro Wilson Roberto Mariano.

Receita

O Ministério da Transparência fez a análise dos documentos apreendidos na Fazendas de Lama, a Receita Federal rastreou o dinheiro e, assim, o grupo chegou a dilapidação do patrimônio do grupo.

Delegada adjunta da Receita no Estado, Adalgisa Fujita esclareceu que até a segunda fase foram identificados desvios de R$ 10 milhões e, após a análise dos documentos, foram identificados R$ 20 milhões em créditos – bens e dinheiro em posse dos envolvidos que não condizem com as rendas das empresas e nem dos seus salários.

Como ainda não foram analisados todos os documentos, apreendidos em grandes quantidades e que estão na sede da Polícia Federal, é possível que novas operações surjam em decorrência. “Eles burlaram a ordem econômica, dilapidando os bens que eles têm para dificultar o rastreamento”, explicou o delegado Cleo Manzzotti.

Ao todo, são analisados R$ 2 bilhões em recursos destinados ao MS Forte, programa de obras da gestão de André Puccinelli (PMDB). Desses valores, já foram detectadas fraudes em R$ 44 milhões. 

Operação

A Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal realizam a Operação nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, com o objetivo de desmantelar grupo criminoso investigado que desviava recursos públicos de contratos de obras públicas, fraudes em licitações e recebimento de propinas que resultou em crimes de lavagem de dinheiro.

Cerca de 20 policiais cumprem 3 mandados de prisão preventiva e 2 mandados de busca e  apreensão de aeronaves nos municípios de Campo Grande, Cuiabá (MT), Rondonópolis e Tanabi (SP), todos expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande – Especializada em crimes de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e valores e crimes contra o sistema financeiro nacional.

O motivo do nome da operação é em razão do modo de se desfazer da aeronave, já que o grupo utilizou de recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações, recebimento de propinas e crimes de lavagem de dinheiro.