Empresário havia sinalizado que se entregaria ontem 

O empresário João Krampe Amorim é considerado foragido desde ontem (8) quando foi expedido novo mandado de prisão contra ele em decorrência da terceira fase da Operação Lama Asfática, denominada Aviões de Lama. A informação inicial foi de que o empresário estava fora do Estado e que negociava se entregar para PF (Polícia Federal), mas isso ainda não aconteceu.

A assessoria da PF explicou nesta sexta-feira (9) que se João Amorim realmente estiver fora de Campo Grande, existe a possibilidade dele se entregar em qualquer delegacia federal do país.

Até agora, ninguém confirmou a localização do empresário, mas a Polícia Federal diz que a expectativa é que o empresário se entregue a qualquer momento e que possivelmente isso aconteça em Campo Grande. Ontem, os federais foram até a casa do empresário e foram informados que ele estaria fora do Estado. Informações extraoficiais apontam que após saber do mandado, Amorim entrou em contato com a PF e sinalizou que se entregaria ontem mesmo.

Após concretizada a prisão, Amorim deverá ser transferido para o Centro de Triagem, em Campo Grande, onde já estão presos o ex-deputado federal Edson Giroto e Flavio Scrochio. O local é o mesmo em que os três passaram 42 dias e de onde saíram há pouco mais de duas semanas.

Aviões de Lama

A Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal realizam a Operação Aviões de Lama nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, com o objetivo de desmantelar grupo criminoso investigado que desviava recursos públicos de contratos de obras públicas, fraudes em licitações e recebimento de propinas que resultou em crimes de lavagem de dinheiro.

Cerca de 20 policiais cumpriram 2 mandados de prisão preventiva e 2 mandados de busca e apreensão de aeronaves nos municípios de Campo Grande, Cuiabá (MT), Rondonópolis e Tanabi (SP), todos expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande – Especializada em crimes de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e valores e crimes contra o sistema financeiro nacional. Falta apenas cumprimento do mandado destinado ao empresário João Amorim.

O motivo do nome da operação é em razão do modo de se desfazer da aeronave, já que o grupo utilizou de recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações, recebimento de propinas e crimes de lavagem de dinheiro.

O Ministério da Transparência fez a análise dos documentos apreendidos na Fazendas de Lama, a Receita Federal rastreou o dinheiro e, assim, o grupo chegou a dilapidação do patrimônio do grupo.

Delegada adjunta da Receita no Estado, Adalgisa Fujita esclareceu que até a segunda fase foram identificados desvios de R$ 10 milhões e, após a análise dos documentos, foram identificados R$ 20 milhões em créditos – bens e dinheiro em posse dos envolvidos que não condizem com as rendas das empresas e nem dos seus salários.

Como ainda não foram analisados todos os documentos, apreendidos em grandes quantidades e que estão na sede da Polícia Federal, é possível que novas operações surjam em decorrência. “Eles burlaram a ordem econômica, dilapidando os bens que eles têm para dificultar o rastreamento”, explicou o delegado Cleo Manzzotti.

Ao todo, são analisados R$ 2 bilhões em recursos destinados ao MS Forte, programa de obras da gestão de André Puccinelli (PMDB). Desses valores, já foram detectadas fraudes em R$ 44 milhões.