Após arquivamento do MPE, Nelsinho diz estranhar bloqueio de bens

Ex-prefeito nega sobrepreço em contratos do tapa-buraco

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Ex-prefeito nega sobrepreço em contratos do tapa-buraco

O ex-prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho (PTB) afirmou que não entendeu a decisão do MPE (Ministério Público Estadual) de reabrir as investigações de um inquérito já arquivado em maio de 2014, no qual eram investigadas irregularidades nos serviços de tapa-buraco na Capital. Segundo ele, ‘nem que juntassem cinco gerações de sua família’ seria possível somar o montante de R$ 371 milhões, bloqueados pela Justiça. No entanto, nos autos do processo a informações é de que o valor é referente ao que foi desviado do erário até janeiro de 2015.Após arquivamento do MPE, Nelsinho diz estranhar bloqueio de bens

Segundo o órgão, o fato de ter havido investigações sem resultados não isenta as autoridades, visto que surgiram novas provas. A determinação atende a solicitação feita pela força-tarefa criada pelo próprio MPE após estourar a Operação Lama Asfáltica, realizada pela Polícia Federal em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União) e o MPF (Ministério Público Federal). 

O MPE ainda argumentou que as planilhas apresentadas durante o processo são superficiais e apontam irregularidades na contratação de pequeno grupo de empresas, como a Selco, que abocanhou R$ 28,7 milhões até junho do ano passado, todos devido a obras do tapa-buracos feitos em Campo Grande.

Já Nelsinho alega que a reabertura do caso tem cunho político e que as planilhas apresentadas ao órgão na época, são detalhadas. “Vi planilhas sujas de piche, de tanto que as equipes ficavam na ruas fiscalizando”. Sobre a Selco, o ex-prefeito afirma que o preço pago pelo Executivo equivale ao serviço prestado pela empresa. Ele nega qualquer tipo de sobrepreço.

Ainda segundo o ex-chefe do Executivo, assim que o caso foi reaberto, ele entrou em contato com as pessoas que eram de sua equipe na época e pediu para levantar todas as planilhas, para apresentar novamente ao MPE. Ele ainda afirmou que é necessário ter cautela para falar de um ou outro mandado. “Se não fosse esses contratos não teríamos serviço de tapa-buraco em Campo Grande. Porque a gestões atuais não fizeram nenhuma licitação nesse sentido”.

O processo

As investigações sobre suspeita de corrupção no serviço de manutenção das vias públicas de Campo Grande levaram a justiça a decretar a indisponibilidade de R$ 315 milhões em bens de 21 investigados. Estão na lista o ex-prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho, os ex-secretários de Obras, João Antônio de Marco, Semy Ferraz e Valtemir Alves de Brito, além de servidores e empreiteiros.

Segundo o despacho do juiz Marcelo Ivo de Oliveira, estão com bens indisponíveis Sylvio Cesco, João Paron Maria, Bertholdo Figueiró Filho, Elisas Lino da Silva, Fátima Rosa Moral, Ivane Vanzella, Vera Lúcia Ferreira Vargas, Selco Engenharia, Uilson Simioli, Denis Simioli, Gerson Nina Prado, Abimael Lossavero, Caio Trindade, Luziano Neto, Asimix Ltda, Paulo Roberto Álvares e Michel Issa Filho.

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