‘Ditadura está se instaurando’, disse um dos parlamentares

O anúncio do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), de que reajustará por decreto o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em 9,57% para 2016, gerou reações na Câmara Municipal nesta quinta-feira (5). Os vereadores chegaram a falar que “a ditadura está se instaurando” na cidade, em mais uma enxurrada de críticas à administração da Capital.

“Temos uma administração que não limpa a cidade, não gosta de pagar conta, caminhando para transformar Campo Grande em uma cidade mal-assombrada”, começou Chiquinho Telles (PSD). Segundo ele, Bernal “quer administrar sozinho”, demonstrando que “não quer relação alguma com a Câmara”.

O parlamentar seguiu disparando contra o trabalho de Bernal. “A cidade é uma verdadeira ‘buracolândia’”, disse ele, emendando: “há uma crise política, mas a pior crise é a de incompetência do Executivo”.

Carlão (PSB) também usou o microfone da Câmara para falar contra Bernal. Disse que Campo Grande tem perdido investimentos privados por conta da instabilidade política. “É difícil para a cidade ela não ter comando”, comentou, afirmando ainda que fará requerimento à Prefeitura sobre detalhes dos índices de reajuste a serem aplicados no IPTU.

O vereador João Rocha (PSDB) comparou Campo Grande à Venezuela. “É o Maduro (Nicolás, presidente venezuelano) que assumiu a Prefeitura? A ditadura está se instaurando na cidade, isso preocupa”, falou o tucano, que também reclamou de buracos nas vias: “tem buraco esperando na calçada uma vaga para entrar na rua”.

Mais cedo, em agenda pública, Bernal disse que o reajuste do IPTU, levando em conta a inflação dos últimos 12 meses, está no previsto em programa de governo. “Não se trata de quebrar relação com a Câmara, mas de agilizar, é uma incumbência do Executivo, espero que a Câmara entenda”, comentou o prefeito.