PT decidirá sobre participação em CPI antes da sessão desta terça

Tendência é que partido não integre investigação

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Tendência é que partido não integre investigação

Os deputados que compõem a bancada do PT na AL (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) irão se reunir antes da sessão desta terça-feira (22) para decidir as ações decorrentes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), proposta pela deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB). No entanto, de acordo com o deputado Pedro Kemp (PT), dificilmente a bacada petista reivindicará uma vaga na investigação, devido considerarem a abertura da CPI irregular.

Para Kemp, a proposta entregue é “frágil, vaga e especulativa”. O requerimento chegou, inclusive, a ser reapresentado pela autora à presidência da Casa, na última quinta-feira (17), com argumentos mais evidentes. Mesmo assim, o petista rechaça o conteúdo. “O material continua cheio de lacunas e faz pré-julgamentos, aponta diversos nomes que nunca integraram ou que há muitos anos não integram mais o Cimi. Estou sabendo até que algumas pessoas irão recorrer na justiça contra as acusações feitas”, relata.

Para o petista, a abertura da CPI vai na contramão do que deve ser discutido em relação à demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul. “Essa CPI não contribui em absolutamente nada para resolver os conflitos do Estado. Pelo contrário, só acirra mais os ânimos e acaba por desviar o foco, buscando um culpado para a situação. E nós sabemos que é o próprio Estado, que no passado vendeu as terras”, acrescentou.

Comissão

A CPI que investigará o Cimi é uma proposta da deputada estadual Mara Caseiro, que tem travado um queda de braço com entidades em defesa dos direitos indígenas. A deputada afirma que o Cimi tem participação nos confrontos entre indígenas e fazendeiros, por articular a ocupação de terras não demarcadas. A investigação também deverá apurar um suposto desvio de recursos, inclusive internacionais, que deveriam ser destinados às aldeias indígenas no Estado.

Caseiro, que é proprietária de duas fazendas no interior do Estado, conseguiu no último dia 1º as oito assinaturas necessárias para abertura da CPI. Além disso, ela precisou reapresentar a proposta, uma vez que insuficiência de argumentos foram apontados por opositores da investigação. A presidência da Assembleia recebeu novo requerimento na última quinta (17). Autorizada, a expectativa é que amanhã sejam definidos os nomes integrantes da Comissão, cuja presidência deverá ser pleiteada por Caseiro. Até a publicação da matéria, a deputada não atendeu nossa equipe.

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