Conversa com Puccinelli será decisiva

Lideranças do PMDB continuam tentando convencer o deputado Marquinhos Trad a permanecer no partido. O diálogo intenso ocorre por conta da falta de candidatos fortes para disputar a Prefeitura de Campo Grande, o que já é admitido por lideranças.

“Hoje o PMDB não tem candidato com densidade para a disputa em Campo Grande. Se ele ficar, é o candidato”, admitiu o líder do PMDB na Assembleia, deputado Eduardo Rocha. Apesar de defender a permanência, Rocha aconselha Marquinhos a abrir diálogo.

“Não vai ser candidato brigando com o partido. Eu não voto em Campo Grande, mas não teria problema de pedir para o meu pessoal votar nele”, afirmou. Apesar de defender diálogo, o deputado deixa claro que rejeitará apoio futuro a Marquinhos em eventual segundo turno, caso ele saia. “Nem no terceiro turno. Se depender do meu voto, não terá apoio. Se sair é porque não gosta da gente”, opinou.

O presidente estadual do PMDB, Junior Mochi, diz que a decisão de ficar e de ser o candidato depende muito mais de Marquinhos do que do próprio partido, visto que é preciso uma aproximação entre ele e filiados.

“A permanência dele é importante para nós. Sempre disse isso. Ele tem prestigio eleitoral e densidade boa. Mas, tem que falar o que pensa, acha. Tem que gerar aproximação dele com o partido, com o diretório. Este é o caminho. A partir do momento que tiver predisposição dele, facilita. O partido já disse várias vezes que ele é o principal nome. A menos que ele não queira. Precisa ter diálogo, que não tem. No momento que restabelecer o diálogo, todos ganham”, declarou.

Marquinhos Trad sempre disse que não seria candidato pelo PMDB. Porém, na última entrevista dada ao Midiamax falou da possibilidade de ficar no partido. A mudança de posição, segundo ele, começou a ser avaliada depois que o vice-presidente da República, Michel Temer, lhe enviou um recado, recomendando que ele fique na legenda. Após o recado Marquinhos aceitou sentar novamente com André Puccinelli (PMDB) para tentar um acordo. 

A reunião tende a ser decisiva, visto que Marquinhos tem problemas pessoais com o ex-governador. Os dois já trocaram várias farpas e Marquinhos atuou como oposição em diversas ocasiões na Assembleia. A dupla só ficou mais próxima quando Marquinhos relatou pedido de investigação contra Puccinelli, que poderia lhe afastar do cargo, e votou contra a solicitação da Justiça. Marquinhos também teme que lhe aconteça o mesmo que Marçal Filho em Dourados. O deputado foi escolhido candidato a prefeito após disputa com Geraldo Rezende e Délia Razuk, mas o diretório não aprovou a candidatura dele e acabou apoiando Murilo Zauith (PSB).