Carta de Temer evidencia distanciamento, diz ex-governador

Para o ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, um dos principais nomes do PMDB no Estado, a carta que seu colega de partido e vice-presidente Michel Temer enviou à presidente Dilma Rousseff, tornada pública ontem, é um indício claro do distanciamento entre os dois, e agrava ainda mais a situação da petista, sob ameaça de sofrer impeachmeant. Puccinelli, aliás, prevê muita dificuldade para Dilma se manter no cargo. Para ele, há um fator que vai determinar: a mobilização de rua.

O ex-governador acredita que, se a mobilização conseguir juntar gente como ocorreu, por exemplo, em 2013, a presidente dificilmente de mantém no cargo. Hoje, ressalva, não há votos suficientes pelo afastamento de Dilma no Congresso, mas com pressão das ruas, avalia, a situação pode mudar. “Aí da impeachment”, diz.

Questionado sobre sua posição pessoal, Puccinelli disse que está nos “mais de 80% que reprovam o governo de Dilma. Para ele, no entanto, nenhuma das situações que se coloca hoje é boa para o País, mas há uma sinalização do mercado de que a retirada de Dilma do Poder pode ser melhor para a economia. “Ela não consegue recuperar perante a população a credibilidade que tinha”.

Ao comentar a carta de Michel Temer, que reclama de não ter a confiança de Dilma, Puccinelli analisa que se o comportamento da presidente tivesse sido diferente em relação ao vice-presidente. “Ela não estaria tão mal. Pelo menos não teria perdido o Michel”, concluiu.

Desqualificação

Outro peemedebista de peso no Estado, o senador Waldemir Moka, evitou comentar o conteúdo da carta de Temer. Apesar disso, avaliou que o vazamento do documento é uma forma de desqualificar o vice-presidente, “que é um homem que a vida inteira teve um perfil muito sério, comedido”.

“Eu percebo uma tentativa de tentar desqualificá-lo”, afirma o senador. Moka é um dos críticos do governo de Dilma e na semana passada divulgou nota defendendo a análise com tranquilidade do pedido de impeachment e também rebatendo a tese de golpe que vem sendo usada pelos aliados de Dilma Rousseff. (Colaborou Guilherme Cavalcante)