Reportagem tem como base investigação do

O prefeito de , (PP), gravou um vídeo onde critica a chamada da reportagem feita na Capital pela equipe do Fantástico. A reportagem vai ao ar no domingo (18), mas já causou muita polêmica nas redes sociais por conta da chamada.

“Em uma eleição, você dá um voto de confiança ao seu candidato. É como se ele recebesse um cheque em branco. Agora, imagine um político que convence seus eleitores a dar um cheque em branco de verdade para ele. Ele é prefeito de uma capital brasileira e está sendo acusado de dar um golpe na praça: repassar para agiotas cheques em branco de pessoas humildes. Agora, tem gente sendo cobrada por dívidas de mais de R$ 100 mil”, diz chamada da matéria.

Em vídeo, o prefeito respondeu a chamada, dizendo-se revoltado e indignado. “É uma mentira, é criminoso e é um desrespeito a minha pessoa, a minha família e a nossa cidade. Nunca pedi cheque para ninguém. Não há isso em lugar algum. Tanto é falsa a matéria, que usaram pessoas anônimas. Ninguém teve coragem de mostrar o rosto”, justificou.

O prefeito alega que se a história fosse verdadeira, as pessoas não teriam necessidade de se esconder. “ Recebi a equipe do Fantástico e respondi a todas as perguntas. Desmenti todas as acusações e acabaram me condenando sem qualquer prova e sem direito de defesa”, alegou.

No vídeo o prefeito ainda ameaça acionar a Justiça contra a Rede Globo. “Só me resta o direito a indignação e o recurso da Justiça. Único caminho que sobra para um homem de bem, quando sua honra é enlameada de uma forma tão violenta, estúpida e sensacionalista, como fez a rede globo com a minha pessoa”, concluiu.

O caso

A reportagem do Fantástico tem como base o processo do Gaeco, onde Olarte foi denunciado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. O processo foi aberto após denúncia de Paulo Sérgio Telles, que relatou um esquema de empréstimo de dinheiro por parte de Ronan Feitosa, supostamente a pedido de Gilmar Olarte, na época que a Câmara caminhava para a cassação de Alcides Bernal (PP).

Segundo denúncia, algumas pessoas emprestaram, aproximadamente, R$ 900 mil, em cheques e dinheiro, com a promessa de que receberiam cargos e vantagens futuras na administração municipal de Campo Grande. Porém, a maior parte destas pessoas teria acabado levando ‘tombo'.

Alguns trechos revelam conversas que remetem a tramas novelescas de malandragem e muitas manobras financeiras em busca da prosperidade com cheques sem fundos e empréstimos não oficiais. Boa parte dos envolvidos são ligados, de alguma forma, por vínculos religiosos. Gilmar Olarte é pastor de uma igreja evangélica antes mesmo de se tornar político.

No processo constam empréstimos de R$ 115,1 mil do filho de M.D., R$ 240 mil de S.V., R$ 100 mil de I.M., R$ 68,5 mil com C.L.S. e R$ 47 mil com M.S.T.. Quem supostamente emprestou não tinha intenções de caridade, pois os valores teriam supostamente sido cedidos mediante promessa de cargos e participações na Prefeitura, caso Olarte ficasse com o cargo de Bernal.

Segundo processo, sob o comando de Olarte, Ronan teria procurado as pessoas pedindo cheques e prometendo cargos. A mulher que emprestou o cheque de um filho chegou a ser flagrada em conversas onde, por meio de rede social, cobra diretamente ao novo prefeito pelas promessas não cumpridas após a cassação de Alcides Bernal.

A mulher chega a pedir R$ 3,5 mil ao prefeito e diz que o filho dela nem conversa mais com ela, visto que ficou negativado por conta dos cheques que voltaram por não terem fundos. Há no processo, por exemplo, várias indicações de que ela teria recebido salário da Prefeitura, já com Olarte no comando, sem nem ter trabalhado.

Em uma das gravações anexadas ao processo, esta testemunha afirma que Olarte utilizaria parte do dinheiro para pagar pessoas para demonstrar insatisfação com a gestão de Bernal e parte para conquistar apoio dos membros do Poder Legislativo, favorecendo a queda do próprio companheiro de partido e mandato para ficar com o cargo.


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