Energisa é suspeita de bancar ‘mensalinho’ em MS

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que vai investigar suposto desvio de R$ 700 milhões na Enersul, além da existência de uma ‘folha confidencial’ que beneficiava ao menos 35 pessoas, foi oficialmente criada. Faltava apenas a publicação em Diário Oficial da Assembleia Legislativa, o que aconteceu nesta terça-feira (31).

Segundo o ato n. 02/15, ‘fica criada a Comissão Parlamentar de Inquérito com a finalidade de apurar denúncias apontadas por uma Auditoria realizada na Enersul , onde foi constatado o desvio de R$ 700 (setecentos) milhões de reais e existência de uma folha confidencial para pagar mensalmente 35 pessoas físicas e jurídicas , configurando uma espécie de mensalão, anos 2010 ­ 2015”.

O ato, assinado pelo presidente da Casa, deputado estadual Junior Mochi (PMDB), dá o prazo de 120 dias para conclusão dos trabalhos de investigação. A comissão será composta de cinco parlamentares titulares e cinco suplentes

As supostas irregularidades foram apontadas por uma auditoria que revelou, entre outros pontos, 35 nomes que aparecem numa “lista confidencial”, como supostos beneficiários de um esquema de desvio de verbas – será investigado, ainda, se houve participação de políticos nas irregularidades.

A investigação foi feita pela PWC (Pricewaterhouse Coopers), a pedido da Comissão de Valores Mobiliários, após requerimento de Marquinhos Trad (PMDB) e o então deputado federal Fábio Trad, irmão dele.

Também será alvo de investigação supostas gratificações milionárias pagas a ex-diretores de 2010 para cá. Os valores das gratificações chegam a R$ 2 milhões, segundo disse Marquinhos Trad.

Agora, os partidos devem indicar seus membros para compor a comissão. O governador  Reinaldo Azambuja (PSDB) se reuniu com a base dele na Assembleia Legislativa e discutiu, entre outros assuntos, a CPI da Enersul. Segundo o líder do PMDB na Assembleia, Eduardo Rocha, o governador mostrou preocupação com os investimentos da nova proprietária da Enersul, a Energisa.

Azambuja teria se mostrado preocupado, mas não que queira algum boicote nas investigações. Mas pediu aos parlamentares para não extrapolar por ser uma empresa nova no Estado.