MST denuncia presença de milícias armadas em acampamento
Movimento afirma que novas ocupações podem acontecer
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Movimento afirma que novas ocupações podem acontecer
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Mato Grosso do Sul) divulgou na tarde desta terça-feira (22) uma nota pública em que denuncia a existência de milícias armadas na fazenda Saco do Céu, no município de Nova Andradina (distrito da Casa Verde), ocupada pelo movimento há cerca de um mês.
Conforme a nota, circulam pela propriedade dezenas de seguranças altamente armados, que intimidam as mais de mil famílias acampadas no local, sobretudo mulheres, crianças e idosos. A publicação denuncia, também, a existência de ameaças e que “inclusive tiros foram dados contra as famílias” na área”.
“Essa nota pública deve soar como um grito de denúncia e um pedido de socorro, pois recentemente assistimos a morte de mais uma lideranças indígena, Simão Vilhalva, em MS, no município de Antônio João, ele e tantos outros foram assassinados pelo coronelismo que impera em nosso Estado e nada foi feito, nenhum culpado punido e nós temos medo de que nossas famílias também possam ser vítimas de ataques inesperados”, relata o MST na nota.
O movimento justifica as ocupações em decorrência da demora no processo de reforma agrária em Mato Grosso do Sul, que segue paralisada há cinco anos.
”Se não lutarmos e formos para os embates, nossas famílias continuarão as margens das rodovias, morando em barracos de lonas, totalmente abandonadas pelos poderes constituídos. Atualmente temos acampamentos que já possuem doze anos de existência e até agora nada de acesso a terra”, afirma, destacando que a área ocupada em Nova Andradina é para aquisição, já tendo passado “por vistoria, mas a compra ainda não teve avanços”.
A nota também destaca a indignação do movimento com a falta de estrutura do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no Estado. O MST também reivindica a nomeação do superintendente regional da entidade.
Confira a nota na íntegra:
Desde o dia 21 de agosto, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Mato Grosso do Sul (MST), está ocupando a Fazenda Saco do Céu, que fica localizada no distrito de Casa Verde, divisa com o estado de São Paulo. São cerca de mil famílias morando na área.
Após alguns dias da ocupação as milícias contratadas começaram a chegar, são dezenas de seguranças altamente armados, andando pela área, onde se encontram crianças, jovens, idosos e mulheres. Já houveram ameaças e inclusive tiros foram dados contra as famílias acampadas na área.
Denunciamos a impunidade que impera em Mato Grosso do Sul, na questão da Reforma Agrária, totalmente paralisada há cinco anos, onde se não lutarmos e formos para os embates, nossas famílias continuarão as margens das rodovias, morando em barracos de lonas, totalmente abandonadas pelos poderes constituídos. Atualmente temos acampamentos que já possuem doze anos de existência e até agora nada de acesso a terra.
Essa nota pública deve soar como um grito de denúncia e um pedido de socorro, pois recentemente assistimos a morte de mais uma lideranças indígena, Simão Vilhalva, em MS, no município de Antônio João, ele e tantos outros foram assassinados pelo coronelismo que impera em nosso Estado e nada foi feito, nenhum culpado punido e nós temos medo de que nossas famílias também possam ser vítimas de ataques inesperados.
Para finalizar ressaltamos, mais uma vez, a nossa indignação com a situação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em MS, não há estrutura física e nem financeira para tocar os trabalhos necessários. Não é a toa que os funcionários fizeram uma grande movimentação grevistas. Até o momento ainda aguardamos a nomeação definitiva de um superintendente que possa tocar as questões necessárias.
Sobre a área ocupada, informamos que ela é para aquisição, já passou por vistoria, mas a compra ainda não teve avanços. Iremos resistir o tempo que for preciso e se for necessário novas áreas podem ser ocupadas no estado.
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