Medo de assumir prefeitura esfria interesse por comissão processante

Não há consenso para escolha de novo prefeito

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Não há consenso para escolha de novo prefeito

A oposição ainda tenta conseguir 20 votos suficientes para instaurar a comissão processante na Câmara de Campo Grande. Todavia, tem como maior entrave a falta de acordo e até o medo de quem pode ser escolhido como novo prefeito.

Isso acontece porque, caso a Câmara instaure a processante e casse o prefeito Gilmar Olarte (PP), os vereadores terão que indicar um novo prefeito para ficar na função até a próxima eleição. É justamente ai que os problemas ficam ainda maiores.

Lideranças não chegam a um acordo sobre quem, eventualmente, assumiria o cargo, e travam as negociações. Um dos líderes da base de Olarte, Airton Saraiva (DEM), entende que dificilmente alguém se interessaria por pegar a prefeitura hoje.

Na avaliação do vereador, seria um risco muito grande para carreira de qualquer político. “Do jeito que está a prefeitura, ninguém aceita pegar. Só se for para colocar uma placa lá dizendo que foi prefeito de  Campo Grande. Mas, depois, pode pendurar as chuteiras. Não se elege nem para presidente de bairro”, avaliou.

O grupo do PMDB, liderado por André Puccinelli, Nelsinho Trad e Marquinhos Trad ainda tem grande influência entre os vereadores. Juntos, eles conseguiriam, tranquilamente, 20 votos para indicar um prefeito. Todavia, como as lideranças vivem em guerra, com ameaça da família Trad deixar o partido, encontram dificuldade para um acordo.

Marquinhos, por exemplo, quer ser candidato a prefeito no ano que vem. Neste caso, seria arriscado apoiar a indicação de um novo prefeito. Isso porque um sucesso do novo prefeito poderia prejudicar seus interesses futuros.

O nome do ex-governador André Puccinelli também foi citado por alguns para cobrir uma eventual saída de Olarte, mas diz não querer. Puccinelli teme repercussão negativa, visto que já atribuem a ele a saída de Alcides Bernal (PP). Isso levaria muitos a dizerem que a tese do golpe está confirmada.

Esta tese do golpe também preocupa vereadores na Câmara. Eles temem reflexo ainda mais negativo com a saída de um novo prefeito. Perto de uma nova eleição, eles já foram abalados por vários embates com prefeitos ou com a própria população, e não querem mais prejuízo a imagem.

 

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