Procuradoria do Estado está analisando documentos

Com a Operação Lama Asfáltica que investiga alguns processos licitatórios da administração do ex-governador André Puccineli (PMDB), o atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB) não descarta paralisar obras com contratos irregulares. Na tarde desta segunda-feira (20) Azambuja afirmou que a Procuradoria do Governo do Estado já recebeu os documentos solicitados na PF (Polícia Federal).

Segundo o tucano, 27 contratos foram apreendidos durante a Operação, destes apenas 17 já estavam encerrados com medição final e pagos pelo executivo estadual, dos outros 10 contratos, 8 fazem parte das terceirizações que serão assinados no próximo dia 22 (quarta-feira).

“Vamos assinar no dia 22 com todas as novas empresas, nenhuma dessas que estão sob investigação ganharam as novas licitações, são outras empresas que vão fazer esse trabalho”.

De acordo com o governador, a Procuradoria do Estado está analisando os documentos e o Estado deve ter uma posição sobre a situação que envolve principalmente a Secretaria de Obras do Governo. “Os nossos procuradores estão reunidos com procuradores do MPF e com o delegado (da Polícia Federal)”.

Ainda de acordo com Azambuja, antes de paralisar as obras que tiverem contratos irregulares o governo deve fazer uma análise de impacto. “É possível, se tem uma investigação, mas nós vamos analisar processo por processo para que não se tenha também prejuízo para a população do Estado, que os punidos devolvam o dinheiro”.

Em relação aos possíveis danos aos cofres de Mato Grosso do Sul, Reinaldo espera que os culpados reparem o que foi desviado e que o Estado não fique no prejuízo. “Espero que a PF, MPF (Ministério Público Federal) e MPE (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) investigue a fundo os contratos. Se teve dolo ao Estado que possa ser reparado os cofres públicos”, concluiu.

Operação Lama Asfáltica

A Polícia Federal, Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União) realizaram a operação no dia 9, quando cumpriram 19 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, visando obter detalhes de contratos com um dos maiores empreiteiros do Estado, João Alberto Krampe Amorim dos Santos.

Policiais ficaram trancados por quase cinco horas com João Amorim na residência dele, na Vila Vendas, mas também foram a uma das empresas dele, a  Proteco Construções Ltda., residência do ex-deputado Edson Giroto (PR) e na Secretaria de Obras do Estado, que também tinha contratos com Amorin. Quatro servidores foram afastados do Estado.