Com possível CPI na AL, deputados divergem sobre conflito indígena

Discussão ocorre após conflito que causou morte de um índio

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Discussão ocorre após conflito que causou morte de um índio

Ainda sobre a discussão do conflito indígena e possível abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o deputado estadual João Grandão (PT), disse que há pessoas que querem atribuir ao Partido dos Trabalhadores todas as mazelas resultantes do conflito entre índios e fazendeiros.

“Teve gente que disse, não vou citar nomes, mas que disse assim “ se precisar ir para enfrentamento nós vamos”, eu não acho que seja boa essa fala. O que essa fala acrescenta em uma Assembleia que já está inflamando? Temos que resolver isso com tranquilidade”, discursou na tribuna o deputado. Ele se referiu à fala da deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB), que propôs a criação de uma CPI para investigar o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), que estaria, segundo a parlamentar, incentivando a ocupação de terras pelos indígenas.

Em resposta, Mara Caseiro disse ser responsável pelo que fala e que não tem nada contra índio e sim contra a invasão. “E reafirmo que se for preciso ir para o enfrentamento, nós vamos. Se for preciso parar o Brasil, nós paramos. Se os produtores pararem de produzir eles param o Brasil sim”. O petista rebateu dizendo que visita as aldeias e sabe que 80% da produção familiar está sustentando a mesa dos produtores. “Não é só o agronegócio não”.

O requerimento, assinado por oito parlamentares, pede a abertura da apuração por parte do legislativo. Segundo a deputada, além de incentivo a invasão, existiria denúncia de pessoas que se dizem ligadas ao movimento com desvio de recursos que deveriam ser destinados às aldeias.

Apesar de este ser o foco da CPI, são ruralistas que são flagrados em atos de incitação à violência. Um deles procurou uma rádio em Antônio João, na semana passada, para emitir um alarme falso de que os índios estariam comprando gasolina para atear fogo nas casas dos moradores.

Outro publicou imagens de tratores incendiados, culpando os índios pela ação. As imagens eram do Paraguai e nada tinham a ver com as retomadas de terras em Antônio João, onde as sedes das fazendas estão preservadas e nenhum animal foi morto, conforme constatado pela equipe de reportagem, apesar dos índios estarem sem comida e temendo represálias para buscar alimento na cidade. Sobre a CPI, João Grandão diz não ser contrário, mas defende que não seja instaurada neste momento.

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