Vereadores pedem autorização do Conselho de Saúde

Os vereadores sugeriram na manhã desta terça-feira (5) usar parte da suplementação de R$ 70 milhões pedida pelo prefeito Gilmar Olarte no ano passado para repassar à Santa Casa. Após interromper parte dos atendimentos, o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) Wilson Teslenco foi a Câmara explicar as dificuldades do hospital.

Para exemplificar a importância da unidade, Teslenco pediu para que quem já tivesse passado por atendimento ou tivesse algum parente atendido na unidade, que levantasse as mãos. Como a maioria se manifestou, o presidente repassou os números do Hospital.

“Somente no ano passado foram 104 mil atendimentos de urgência e emergência, 62 mil atendimentos ambulatoriais, 29,6 mil cirurgias e mais de um milhão de exames”.

Para a vereadora Carla Stephanini (PMDB), é preciso reativar os contratos que se encerraram. Antes, a Prefeitura repassava R$ 1,5 milhão ao hospital por mês. A unidade precisa atualmente de R$ 4 milhões e propôs que o Estado e a Prefeitura dividissem a conta. Ninguém concordou e agora não há nenhum repasse financeiro para a unidade.

Segundo a vereadora, que é presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, há dinheiro sobrando da suplementação feita no ano passado. “Não foram usados todos os R$ 70 milhões. Vamos pedir ao Conselho Municipal de Saúde autorização para poder repassar R$ 1,5 milhão mensalmente, por um ano, a Santa Casa”.

Caso a proposta seja aprovada, não será preciso autorização do prefeito para o repasse, porque a suplementação já foi feita.

A proposta da Santa Casa é firmar contrato de cinco anos com a Prefeitura, com valor a ser reajustado anualmente. “Precisamos de um clima de tranquilidade para fazer um trabalho melhor, não podemos ficar fazendo uma negociação a cada seis meses”, disse Teslenco.

“A Santa Casa não tem estabilidade, vive uma relação conflituosa (com a Prefeitura), queremos evoluir para uma relação estável”, emendou o presidente da ABCG. Na prática, segundo ele, a interrupção de serviços no hospital abrange o setor ambulatorial, ou seja, as consultas médicas, mantendo-se o atendimento de urgência e emergência, bem como as cirurgias.

Por fim, Teslenco alerta para o “risco grande” na indefinição envolvendo os repasses à Santa Casa da Capital. “Porque, se não houver uma boa gestão, implica perder vidas, um resultado irreversível”.