Após ir ao Gaeco, Puccinelli vai à Assembleia e diz não temer investigação

“Já me deram atestado de idoneidade milhares de vezes”

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“Já me deram atestado de idoneidade milhares de vezes”

O ex-governador André Puccinelli (PMDB) esteve na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (9),menos de 20 dias depois de também visitar a Câmara de Campo Grande e afirmou que já prestou depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Ele disse não ter medo da investigação.

Ao comentar sobre a CPI o Cimi, que se aberta investigará possível infiltração de pessoas no Conselho Indigenista Missionário para suposta incitação aos índios, André disse que todos devem ser investigados.

“Se tem um fato concreto, deve ser investigada. Todo mundo deve ser investigado. Lá na frente, se não houver nada, haverá um atestado de idoneidade. Assim como já deram para mim milhares de vezes”, ironizou, afirmando depois que não foram milhares, mas sim 39 vezes.

Puccinelli disse que deve retornar ao Gaeco nesta semana e na próxima, sem informar em qual dia. “Fui como testemunha e vou quantas vezes forem necessárias”.

Ao chegar, o ex-governador disse que não daria entrevistas e que só foi ao local combinar uma pescaria com o deputado estadual Zé Teixeira (DEM). Ele não respondeu a nenhuma pergunta sobre seu suposto envolvimento na cassação do prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP).

Ele teria mantido conversas suspeitas com vereadores antes da cassação do prefeito em março de 2014. Na última semana, o peemedebista conseguiu adiar depoimento ao Gaeco, mas já é considerado investigado na operação sobre suspeita de corrupção para cassar o pepista.

Segundo o promotor Marcos Alex Vera, coordenador do Gaeco, Puccinelli seria ouvido como testemunha nesta semana. No entanto, o ex-governador alegou compromissos agendados previamente para não falar sobre o caso.

Mesmo considerado oficialmente testemunha, o promotor diz que Puccinelli é investigado em relação às suspeitas de compra de votos de vereadores para cassar Bernal. O ex-governador foi citado em áudios e no depoimento de um vereador.

Conforme o promotor, o parlamentar ouvido disse ter levado outros dois colegas ao encontro de Puccinelli às vésperas da cassação de Bernal, “garantindo determinada situação”. O prefeito aponta o peemedebista como o grande articulador de sua queda.

O Gaeco investiga, na Operação Coffee Break, se vereadores receberam propina para votar contra Bernal. O prefeito conseguiu voltar ao cargo no mês passado, após a Câmara Municipal perder recurso no TJ (Tribunal de Justiça), fazendo valer liminar de primeira instância devolvendo a Prefeitura ao pepista, considerando irregularidades no processo de cassação.

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