O vereador Edil Albuquerque (PMDB) vai deixar a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agronegócio (Sedesc) em janeiro de 2014. Ele afirma que sai porque já cumpriu o combinado com o prefeito, de agilizar a vinda de pelo menos 110 empresas para Campo Grande.

Edil já tinha anunciado que voltaria quando o PMDB protestou contra a ida dele para o cargo. Segundo o partido,  Edil era da cota pessoal do partido, o que gerou revolta no peemedebista, que ameaçou voltar para Câmara e até deixar o PMDB. O partido voltou atrás e Edil continuou, mas agora deve voltar por outro motivo: ajudar a estruturar a base do prefeito Gilmar Olarte (PP).

Os vereadores próximos ao prefeito encontram dificuldade para montar uma base capaz de sustentar projetos que não agradam a maioria na Câmara. Apesar de ter, teoricamente, uma maioria esmagadora de vereadores, o prefeito tem sofrido para aprovar propostas e até vetar requerimentos da oposição.

Depois de sofrer para aprovar o arrendamento do Hospital Sírio Libanês, o prefeito agora trava uma batalha para aprovar o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O prefeito sugeriu reajuste de 10% a 23%, mas os vereadores não querem passar de 15%.

O prefeito iniciou a administração com apoio total da Câmara, dando cargos a vereadores considerados lideranças na Casa. Ele chegou a contratar, segundo a vereadora Luiza Ribeiro (PPS), quase três mil comissionados para tentar resolver problemas administrativos e, também, políticos.

As contratações causaram prejuízo à administração, por conta dos quase R$ 12 milhões mensais de salários. Com isso, Olarte está sendo obrigado a demitir comissionados, o que não tem agradado muito os aliados. Ele já não tinha muita simpatia de alguns vereadores, que foram para a base pelo alívio de ver Alcides Bernal (PP) fora do comando, mesmo sem receber nada em troca. Agora, passados sete meses da gestão de Olarte, os vereadores parecem não estar dispostos a sustentar todas as propostas enviadas a Casa, incluindo as impopulares.

Indagado se volta para Câmara para ajudar a base, Edil preferiu dizer que já cumpriu a missão na Sedesc, mas admitiu trabalho na base. “Vou com intuito de ajudar a marcar presença. Tenho comprometimento total com a administração da cidade. Mas, também porque cumpri minha missão, de trazer 110 empresas. São 82 que já estão funcionando, gerando 9 mil empregos , em R$ 1,5 bilhão em investimento”, concluiu.