Abril ainda está longe, período em que o cenário eleitoral terá mais cristalizadas as chapas que concorrerão nas eleições de 2014. No entanto, o PT já dá sinais de um discurso afinado, como se pode ver na festa dos 34 anos de inauguração do partido em Mato Grosso do Sul. O consenso entre lideranças da legenda, já mostra claramente a inviabilidade de associação ao PMDB e ao PSDB na campanha, baseado inclusive na liderança de Delcídio do Amaral nas pesquisas.

“Hipótese cada vez remota. Existe a perspectiva de uma chapa com Murilo e Reinaldo Azambuja. Não há problema em conversar. O que é importante ter claro é a definição do PT em junho no encontro estadual, onde serão definidas as alianças da chapa. Sou absolutamente contra aliarmos ao PMDB. O André hoje é uma carniça. Carniça é bicho que já morreu e que fede”, defendeu o vereador e ex-governador, Zeca do PT.

Sem o mesmo radicalismo, porém com um posicionamento idêntico, o deputado estadual Pedro Kemp também refutou uma proximidade eleitoral com os tradicionais adversários na política local. Para ele o PT tem um projeto muito diferente do que está sendo realizado na Gestão Pública, devido ao engajamento social do partido.

“Com certeza o PT vencendo a eleição para governador aqui no Estado se consolida como o maior partido de Mato Grosso do Sul. A gente deve apresentar uma proposta de plano de governo pra dar um salto de qualidade na Administração Pública com políticas sociais fortes. Eu tenho defendido isso com o Delcídio que ele não precisa fazer aliança com o PDMB” pois ele representa o novo”, fala Kemp.

Outro parlamentar petista também mostrou incredulidade ao casamento com o PMDB ou PSDB. Amarildo Cruz vê que o Partido dos Trabalhadores não precisa fazer esforços desnecessários para fechar alianças já que o interesse maior é dos antigos rivais políticos. Ele entende que apenas uma transformação muito grande dos partidos tradicionais viabilizaria uma união.

“Aliança pra prejudicar ninguém faz,precisamos para fortalecer. Muito difícil esses partidos tradicionais conseguirem se flexibilizar para se encaixar em uma aliança com o PT. Nós já temos aliados tradicionais como o PDT, PC do B, PV, PTB, Pros, que são legendas fortes. É impossível compor com o PSDB ou PMDB? Não, depende muito mais de um flexibilização por parte  deles”, comenta o deputado estadual Amarildo Cruz, que ainda garantiu a impossibilidade do PT viver uma dificuldade para criar e manter alianças como a da gestão do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP)

Coube ao prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, que também é presidente estadual do PT, fazer o papel de moderador. Segundo ele, nada de extraordinário há no período pré-campanha neste momento, que é marcado por conversas.

“Esse momento não há veto a nenhum partido pois é de diálogo. Falei com o Rui Falcão, presidente da Nacional, onde esclareci esse processo. Vamos buscar um caminho que seja melhor na eleição do Delcídio, com partidos que tenham afinidade. Isso tudo ficará mais claro depois de abril” diz Paulo Duarte.