Diante de um cenário de impasse com o PMDB ao longo da reforma ministerial ainda em curso, a presidente Dilma Rousseff aproveitou um jantar com prefeitos peemedebistas de São Paulo – que reuniu ainda a cúpula do partido – para demonstrar que seu principal sócio no governo é um parceiro importante. O gesto da presidente ocorre em meio a uma pressão da legenda por uma pasta a mais na Esplanada.

“O PMDB tem sido um parceiro muito importante no meu governo. Eu e o (vice-presidente Michel) Temer, neste governo que levamos juntos, temos tido de enfrentar muitas situações difíceis”, disse a presidente no encontro a portas fechadas, realizado no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência. Nos afagos feitos pela presidente ao PMDB, Dilma afirmou que “o PMDB cumpre o papel de sustentação desse arco de força” que segura o governo.

Dilma admitiu situação política e econômica turbulentas, mas apresentou também os feitos do governo em contraponto. “Não estamos enfrentando um momento político, uma conjuntura internacional muito fácil. Mas ao longo do tempo, conseguimos juntos manter o emprego, garantir o rendimento e a renda média do brasileiro nós conseguimos dar um grande passo, eu acho, na educação”, declarou.

O motivo formal do encontro desta noite era a aproximação de prefeitos peemedebistas com o pré-candidato ao governo paulista pelo PMDB, Paulo Skaf. No entanto, além dos 70 prefeitos paulistas da legenda e do pré-candidato, o evento ganhou proporções maiores com a presença de todos os ministros da cota do partido na Esplanada (cinco no total), lideranças no Congresso Nacional, além dos ministros Aloizio Mercandate (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que são petistas.

A presença de Dilma mudou os rumos da conversa. Por um período considerável, na avaliação da própria presidente e de Temer, Dilma tirou fotos com os chefes municipais presentes – esse tipo de registro com chefe de Estado costuma funcionar durante as campanhas eleitorais.

A corrida eleitoral deste ano também foi assunto da presidente. Ela apontou como exemplo sua relação com Temer como resultado de uma parceria construtiva entre as duas legendas, mas pediu processo respeitoso onde houver divergências entre os dois partidos.

“Acredito que nós temos lançadas todas as bases para um processo eleitoral respeitoso combativo e que o tema nosso é que sempre podemos fazer mais”, declarou Dilma. “Nós temos de tentar reproduzir essa nossa aliança onde nós pudermos, mas isso não significa que no lugar em que ela não ocorrer, não será muito bem vinda a presença, a militância e a participação dos prefeitos e das prefeitas”, concluiu.