Ter a máquina nas mãos será um trunfo para o prefeito (PP) na batalha para fugir da cassação. Apesar da demora para ampliar a base e não ter conseguido nem provar que é inocente, frente às acusações de que favoreceu três empresas, o prefeito ainda conta com partidos que só aguardam um estalar de dedos para dizer: sim, eu aceito ser base.

O PSDB é um dos partidos que simbolizam esta relação próxima e ao mesmo tempo distante de Bernal com os partidos que se dizem independentes. Sem cargos dados diretamente ao partido, o diretório do PSDB saiu da administração e expulsou José Chadid por ocupar cargos sem autorização. Porém, agora se aproxima de Bernal, ficando difícil provar que não ficou chateado por não ganhar espaço.

Embora Bernal seja o mais necessitado, já que precisa de 10 votos para fugir da cassação, a porta aberta deixada pelos partidos evidencia a necessidade de ter cargos para sobreviver. Esta necessidade é comprovada se analisar a demora de Bernal para abrir espaço e a boa vontade dos partidos de esperar o tempo que ele quiser.

“Nossa porta está fechada, mas não trancada”, declarou o presidente estadual do PSDB, Márcio Monteiro, ao ser questionado sobre a situação do partido com Bernal. “Conversei com o Pedro Chaves há uns 20 dias e ele não retornou. Certamente, não tem disposição para um entendimento”, complementou.

Embora diga que não está interessado em cargos, o presidente do partido explicou que disse ao secretário de Governo que precisava de um posicionamento do prefeito sobre a participação do PSDB na gestão, o que não aconteceu. “Entendo que não há interesse”, concluiu.

A boa vontade do PSDB, caso Bernal atenda as reivindicações, fez o líder do prefeito, Alex do PT, se precipitar e antecipar o anúncio, dizendo que o partido já está na base, aguardando apenas a saída de José Chadid da Secretaria de Educação. A declaração não agradou os tucanos, que por não ter recebido nenhuma resposta satisfatória do prefeito, prefere dizer que não faz parte da base.