O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), tentou, mas não conseguiu por em prática uma manobra para ignorar o vice-prefeito Gilmar Olarte (PP) na cerimônia onde ambos receberiam o título de “Cidadão Campo-Grandense”. Bernal não compareceu e enviou o procurador-geral do Município, Luiz Carlos Santini, para representá-lo. Porém, o representante teve que voltar para casa com o discurso debaixo do braço.

O presidente da Câmara de Campo Grande, vereador Mário César (PMDB), contou que ficou sabendo em cima da hora que o prefeito não viria e mandaria Santini representá-lo. Porém, preferiu seguir a ordem natural e convidar o vice-prefeito para compor a mesa e fazer o discurso em nome da prefeitura.

“ Se o vice está presente, nos mesmos princípios que o governador (André Puccinelli-PMDB) não foi e a vice (Simone Tebet-PMDB) assumiu, convocamos o vice-prefeito. Seria até indelicado da minha parte não chamar o vice. Tanto é verdade que quando fui falar, assumiu o primeiro-vice meu”, justificou.

O vereador Airton Saraiva entende que o prefeito não deveria nem ter enviado o procurador para passar pelo constrangimento de voltar com o discurso em mãos. “Jamais a Câmara ia aceitar que o procurador, que não tem nenhum comprometimento político, sentasse e deixasse de lado do vice-prefeito”, criticou.

Saraiva classificou a atitude como uma provocação ao vice e a própria Câmara. “Não tinha necessidade disso. Tinha mandado inclusive o discurso. Virou as costas não foi para a Câmara, mas para a população. A assessora ainda tentou pressionar, mas o presidente não aceitou”, detalhou.

O vereador Paulo Siufi (PMDB) aprovou a atitude tomada pelo presidente Mário César. “Tem vice-prefeito em Campo Grande. Ou ele esqueceu que existe vice? O procurador não pode estar acima do vice-prefeito. Que deselegância é esta? Tinha que ter pedido para o vice-prefeito representá-lo. Como não fez, obedecemos. O vice que substitui o prefeito em qualquer atividade oficial”, analisou.

O ex-vice-prefeito de Campo Grande, vereador Edil Albuquerque (PMDB), elogiou o discurso de Olarte, observando que nem sentiu falta do titular. Porém, criticou a tentativa de boicote, ressaltando que a administração de Nelsinho Trad (PMDB) era compartilhada. “Eu estava na ativa e ele botou o vice na geladeira”, criticou.