Bernal pediu para setor jurídico ver se secretário demitido por corrupção pode continuar

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), está tentando de tudo para manter o secretário de Receita, Gustavo Freire, no cargo, mesmo depois dele ser demitido por improbidade administrativa pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O novo secretário de Governo de Bernal, Pedro Chaves, que entrou no lugar de Freire na pasta, explicou que […]

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O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), está tentando de tudo para manter o secretário de Receita, Gustavo Freire, no cargo, mesmo depois dele ser demitido por improbidade administrativa pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O novo secretário de Governo de Bernal, Pedro Chaves, que entrou no lugar de Freire na pasta, explicou que o prefeito delegou o caso para a assessoria jurídica da Câmara, que está estudando com detalhes para definir se ele fica ou não, ainda nesta semana.

“O Gustavo é um grande profissional, mas os problemas ocorreram e é de conhecimento de todos. Vamos verificar os lados positivos e os negativos também e aguardar a assessoria jurídica deliberar. Ela vai verificar a conveniência ou não de mantê-lo. O que não podemos fazer é atropelar os fatos”, justificou Pedro Chaves.

Freire foi demitido do cargo de auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil por ato de improbidade administrativa e por valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem em detrimento da dignidade da função pública. Com a demissão, ele também enfrentará restrição ao retorno ao serviço público federal.

O secretário de Bernal foi Chefe de Equipe da inspetoria da Receita Federal do Brasil em Corumbá, onde envolveu-se em escândalos. Freire respondia a um processo na Justiça Federal de Mato Grosso do Sul por fraude na época em que atuava na cidade. Ele, um empresário e dois despachantes aduaneiros são acusados de receber e pagar propina para a liberação de cargas de uma refinaria de petróleo sem o pagamento de tributos ou marcação de mercadoria. O prejuízo à União ultrapassa R$ 1 milhão.

A fraude foi descoberta na Operação Vulcano e confirmada pela Corregedoria da Receita Federal. Os crimes aconteceram entre dezembro de 2007 e março de 2008 e os servidores recebiam R$ 200 por caminhão liberado sem incidência de tributação. Mesmo com a demissão, o prefeito ainda não anunciou a saída e mantém Freire no cargo, tal como quando fez a nomeação e já sabia das denúncias.

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