O deputado federal Vander Loubet (PT-MS) disse que a candidatura de Edson Giroto pelo PMDB não traz novidade alguma ao tabuleiro da sucessão campo-grandense, a não ser pela confirmação de que a base de sustentação do governador André Puccinelli e do prefeito Nelson Trad Filho fracassou na tentativa de entrar totalmente unificada na disputa. “Tivemos dentro do PT um desafio semelhante, que era o de unificar as forças internas em torno de um nome de consenso. O processo de entendimento, baseado sempre no diálogo, foi vitorioso, não houve necessidade de prévias e hoje nossa pré-candidatura tem o aval de todas as correntes do partido, condição imprescindível para qualquer projeto político-eleitoral”, analisou.

Segundo Vander, a candidatura de Giroto é confirmada sem que seu principal fiador, André Puccinelli, tenha conseguido impedir que outros partidos aliados lançassem a própria chapa na sucessão de Nelsinho Trad. “Será um desafio político de proporção inédita para o governador, para o prefeito e para o próprio Giroto convencerem seus principais aliados a se retirarem da disputa. Vão precisar de argumentos mágicos”, deduz Vander, referindo-se às pré-candidaturas do PSDB (Reinaldo Azambuja), DEM (Luiz Henrique Mandetta) e PPS (Athayde Nery Jr.).

“Eu não acredito que os deputados Reinaldo e Mandetta e o vereador Athayde estejam brincando de fazer política. São pessoas sérias e estão num cenário onde suas palavras e atos têm total visibilidade perante a opinião pública. Se até agora os três garantem que continuam na disputa e que não aceitaram renunciar é porque estão, de fato, convictos das suas chances e do direito que exercem de construir seus próprios projetos partidários”, analisa Vander. Para o parlamentar petista, a projeção de uma disputa pulverizada está sendo delineada. Além do PT, PMDB, PSDB, DEM e PPS, também se anunciam como concorrentes o PSD do empresário e jornalista Antônio João Hugo Rodrigues, o PP do deputado estadual Alcides Bernal e o PDT de Dagoberto Nogueira.

No entanto, Vander observa que, de qualquer forma, o PT precisa estar pronto para trabalhar seu projeto em qualquer cenário, independentemente da quantidade e de quem sejam os adversários. “Nossas prioridades neste momento são desenvolver o processo de debate do programa de governo, buscar a arregimentação das forças que podem caminhar numa mesma direção programática e, sobretudo, intensificar a interlocução com os movimentos sociais e toda a sociedade organizada. Vamos fazer uma campanha que irá representar a aspiração de toda a população, especialmente dos segmentos que não estão sendo chamados para governar a cidade. E estes segmentos formam a grande maioria da população campo-grandense”, conclui.