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Política

Guardas municipais acusam comando de retaliar participação em reunião de Bernal

Depois de participar de reunião de Giroto, um grupo de guardas foi ao encontro de Bernal e foi surpreendido com o remanejamento do posto de trabalho. A assessoria de comunicação da prefeitura de Campo Grande informou que este é um procedimento comum porque não há equipe definitiva em cada posto de trabalho.
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Depois de participar de reunião de Giroto, um grupo de guardas foi ao encontro de Bernal e foi surpreendido com o remanejamento do posto de trabalho. A assessoria de comunicação da prefeitura de informou que este é um procedimento comum porque não há equipe definitiva em cada posto de trabalho.

Três dias após participar de reunião e um dia antes de novo encontro com o candidato oposicionista (PP), um grupo de guardas municipais de Campo Grande foi surpreendido, nesta sexta-feira (19), com remanejamento do posto de trabalho. Eles garantem que a decisão não tem justificativa e é pura retaliação política.

“Participei, na última terça-feira (16), de uma reunião, ao lado de mais 10 guardas, alguém filmou e passou para o nosso comando, nosso comando passou para a prefeitura e de lá veio a ordem de remanejamento”, relatou o presidente da Associação dos Guardas Municipais de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul, Hudson Pereira Bonfim.

Ele fez questão de ressaltar que participou da reunião em um dia de folga e foi atrás das propostas de Bernal, depois de ter participado de três reuniões do candidato governista, Edson Giroto (PMDB). “Estamos no século 21 e ainda estamos nesse processo ditatorial, do cabresto, não podemos aceitar isso”, defendeu.

Tesoureiro da associação, Walter Francisco Xavier, disse que o comando alegou rodízio para promover a troca de postos de trabalho. “Alegaram que é um rodízio, mas isso nunca existiu. Só são remanejadas as pessoas que fizeram alguma coisa séria e não condizente para estar nesse grupo de apoio”, frisou. “É pura retaliação política”, acrescentou.

Por conta da mudança, segundo os guardas que estão no posto de apoio há quatro anos, eles precisarão se adaptar a novo local e horário de trabalho, além disso, perderão benefícios salariais. “Muda a escala, a função não é a mesma, muda o salário porque aqui a escala é diferente e perdemos o adicional de operação especial por insalubridade”, elencou Bonfim.

Evandro Alencar de Souza, por exemplo, reside no Leblon e lhe ofereceram a opção de trabalhar ou no posto do Bairro Tiradentes ou no Jardim Noroeste. “É no outro canto da cidade”, lamentou. Além dos três, foram remanejados Manoel Ramão Ferreira de Queiroz, Uedei Silva de Souza, Elton Santos Costa, Thiago Eustaquio da Silva Barbosa e Eduardo de Oliveira Viana.

“Quem está ligado à associação sofreu a retaliação, porque ajudaram a divulgar a reunião com o Bernal pelas comunidades sociais e o comando tem acesso”, comentou Bonfim sobre a reunião agendada para sábado (20) da Guarda Municipal com Bernal. “Algo injustificável, principalmente, em final de ano, cheio de eventos, necessitando de apoio da Guarda Municipal”, completou.

Indignado com a suposta retaliação, Manoel Ramão prometeu acionar o Ministério Público Estadual (MPE). “Vou ao Ministério Público denunciar porque, pela lei, não se pode mexer em funcionário público em época de eleição, é crime eleitoral”, afirmou.

Ainda da reunião de hoje com o comando da Guarda Municipal, Bonfim contou que o comandante coronel Luiz Altino Nascimento teria dito que, se o candidato governista perder a eleição, será cortada verba para a aquisição de novas viaturas. “Se o governo atual perder, sete viaturas não deverão vir por meio de verba federal. O nosso comandante acabou de anunciar isso”, contou.

Procurado pelo Midiamax, coronel Luiz Altino Nascimento não retornou as ligações da reportagem até a postagem da reportagem.

Dificuldades

Segundo os guardas municipais, as dificuldades na realização das atividades os levaram a ouvir as propostas do candidato da oposição. “As nossas viaturas vão ser recolhidas, nós estamos trabalhando sem estrutura, fazendo vaquinha para remendar pneu”, relatou Xavier.

Segundo ele e Bonfim, quatro viaturas foram doadas pelo presídio federal, mas serão recolhidas porque a prefeitura não teria cumprido contrapartida de “iluminar a entrada do presídio federal e montar um estande de tiro”.

Os guardas municipais ainda apelam por mais capacitação para, além de proteger os prédios públicos, cuidar das pessoas. “São 1,5 mil guardas e a folha de pagamento é de cerca de R$ 3 milhões mensais, é isso que a população paga para que não seja oferecida essa segurança. Hoje, por exemplo, o nosso efetivo é maior que o da Polícia Militar ativa. Nós só queremos trabalhar”, garantiu Xavier.

O problema, segundo ele, é que para atender mais a população é necessária capacitação. “Quando pede mais atribuição é preciso dar capacitação, mas para oferecer mais serviço é preciso de investimento, não só essa maquiagem”, comentou.

De acordo com Bonfim, hoje, quando um cidadão pede apoio aos guardas a orientação da chefia é para dizer à população procurar a Polícia Militar. “Quando pedem socorro para o guarda, sabe o que somos orientados a dizer? Espera um pouco, vou ligar no 190”, finalizou.

Outro lado

Por volta das 19h45 a assessoria de comunicação da prefeitura de Campo Grande enviou uma nota de esclarecimento sobre o remanejamento de guardas municipais, explicando que este é um procedimento administrativo comum na corporação. Confira na íntegra.

“Dentro da guarda municipal existe um grupo de apoio com 60 guardas, formado há cerca de dois anos para fazer a fiscalização e controle dos postos de serviço (praças, parques, prédios públicos), realizar rondas com as viaturas e ajudar em eventos públicos diferenciados, como shows e em apoio às secretarias municipais. Este grupo ainda não possui equipe definitiva e, como foi realizada a capacitação de 2/3 dos guardas municipais recentemente, que terminou em agosto, estes guardas capacitados estão tendo a oportunidade de aperfeiçoar ainda mais o seu treinamento passando por este grupo de apoio.

Portanto, com a recente capacitação, houve a oportunidade e a necessidade de realizar um rodízio gradativo entre estes guardas que se destacaram na capacitação, para que trabalhem por determinado período de tempo no grupo de apoio, trocando de lugar com os que estavam no apoio há mais tempo. O rodízio visa dar oportunidades iguais de aperfeiçoamento a todos os homens que integram o efetivo da guarda. 

Para o guarda municipal Felipe D´elia Ribeiro, que atua há três anos em um posto de serviço fora do apoio, é uma oportunidade para que os guardas possam aperfeiçoar seu treinamento. “Tem muito guarda competente e preparado que aguarda uma oportunidade. D´elia foi o 1º colocado no curso de adestramento de cães de guarda da Polícia do Exército e recebeu o convite para fazer parte do grupo de apoio. Vale ressaltar que tanto os guardas do grupo de apoio quanto os guardas que ficam nos postos de serviço recebem a mesma remuneração, trabalhando em igualdade de condições.

De acordo com o capitão da Guarda Municipal, Guilherme Dantas Lopes, o remanejamento dos guardas entre os postos de trabalho faz parte da rotina administrativa que a prefeitura implementa e deve ser ampliada. “Cerca de 200 guardas são remanejados todo mês, ou para substituir aqueles que saem de férias, ou porque não se adaptaram ao posto de serviço que foram designados ou porque cometeram alguma falta que justifique a substituição”.”

 Matéria editada às 19h49 para acréscimo de informações.

 

 

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