Vereador de Dourados vira réu por ter comandado invasão da sede da Funai
Dirceu Longhi, segundo denúncia do MPF, teria financiado o manifesto com interesse de favorecer a mulher, que tornou-se depois administradora do órgão
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Dirceu Longhi, segundo denúncia do MPF, teria financiado o manifesto com interesse de favorecer a mulher, que tornou-se depois administradora do órgão
A Justiça Federal em Dourados (MS) acatou a denúncia contra o vereador Dirceu Longhi, do PT, a mulher dele Arlete Pereira de Souza, ex-administradora da Funai e cinco índios. Eles foram denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) por apoiarem a invasão da sede da Funai, em dezembro de 2009.
A intenção do vereador seria a de favorecer a mulher e, com isso, se beneficiar politicamente. A denúncia sugere outra investigação contra Longhi: por falta de decoro parlamentar.
O vereador, a ex-administradora e os líderes indígenas Chatalin Benites, Isael Alves, Sílvio Iturve, Araldo e Dirce Veron.,
Eles são acusados de formação de quadrilha, sequestro, cárcere privado e destruição de patrimônio da União.
De acordo com texto publicado pela assessoria de imprensa do MPF/MS, o órgão apurou que Dirceu e Arlete foram os mentores e financiadores de uma manifestação de indígenas em frente à sede da Funai, em Dourados, em 2009, que durou mais de três meses e resultou, em 17 de dezembro daquele ano, com a invasão do prédio e a manutenção em cárcere privado de 20 pessoas, entre servidores públicos, policiais federais, vigilantes contratados e um jornalista.
Incitados e organizados por Dirceu e Arlete, dezenas de indígenas acamparam em frente ao prédio da Funai, a partir de setembro de 2009.
Os ‘manifestantes’ pediam a destituição da administradora, Margarida Nicolleti. O transporte das aldeias até o local, as lonas das barracas e a alimentação eram providenciados pelo casal.
O plano era que Arlete deveria ser nomeada para o cargo e usaria a estrutura da Fundação na campanha de seu marido a deputado estadual.
Financiamento da invasão
A invasão do prédio ocorreu como forma de pressionar a direção da Funai a efetivar a troca. O casal forneceu tinta para pintura de guerra dos indígenas, veneno e corda para um virtual suicídio coletivo e cadeado para impedir o acesso externo ao prédio. Ainda fornecia alimentação e chips de celulares para a comunicação com os líderes do movimento.
Os indígenas, liderados por Dirce Veron e armados com lanças, flechas e pedaços de madeira com pregos fincados, mantiveram os reféns no interior do prédio por aproximadamente duas horas e meia, agindo com extremo terror psicológico, batendo nas mesas e no chão do prédio, enquanto dançavam e cantavam, a fim de atemorizar as vítimas.
A denúncia do MPF afirma que o casal foi responsável por “todo o planejamento, direção, organização, financiamento e apoio logístico para a prática dos crimes, desde o momento da montagem de acampamento em frente ao prédio da Funai até a efetiva invasão e mesmo após esta”.
Após a desocupação do prédio e o fim do movimento, Dirceu e Arlete pagaram regularmente valores entre R$ 300,00 e R$ 700,00 aos indígenas, para que não os denunciassem. O pagamento estendeu-se até julho de 2010
Fins eleitorais
O uso eleitoral da estrutura da Funai foi comprovado diversas vezes. Arlete, nomeada administradora da Funai em Ponta Porã/MS, foi flagrada promovendo distribuição de cestas básicas nas comunidades indígenas em troca de favores eleitorais.
Ela chegou a ser detida dirigindo o veículo de campanha de Dirceu, então candidato a deputado estadual, lotado de material de campanha, em direção à aldeia Tauqapery. Arlete admitiu, ao promotor de Justiça de Amambai, que “estava indo até a aldeia fazer uma reunião política para fins de apresentar seu esposo como candidato”.
A denúncia contra os implicados no caso, se provocar a condenação pode motivar pena de até 11 anos de prisão. O Ministério Público Federal pediu que cópia dos autos fosse encaminhada à Câmara de Vereadores de Dourados para análise de eventual quebra de decoro pelo vereador.
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