Servidores respondem que não estão em ‘greve’, e sim aplicando a ‘Operação Padrão’.

No final da tarde desta quinta-feira (17), representantes do Sindicato dos Fiscais Estaduais Agropecuários de Mato Grosso do Sul (SIFEMS) rebateram as declarações do governador , quando ele disse que não negocia com ‘grevistas’.

“Não estamos em greve, estamos trabalhando. A declaração do Governo dizendo que não negocia sob pressão não nos fará mudar de atitude. Pois o Governo não negocia sob pressão e nem sem pressão. O Governo não negocia!”.

Esses são apenas alguns dos trechos da nota enviada à redação do Midiamax pela presidente do SIFEMS, Glaucy da Conceição Ortiz. “Nunca tivemos propostas concretas do governo estadual sobre as nossas reivindicações. Até agora estamos aguardando essa resposta concreta”, desabafou Glaucy.

O SIFEMS informou, em primeira mão, que a declaração do governo não muda os planos da categoria de continuar com a “Operação Padrão”. De acordo com Glaucy, as ‘atividades estarão sendo desenvolvidas de maneira sistemática, dentro dos rigores da Lei’. Mas poderá haver uma ‘certa demora’, por exemplo, para o produtor que precisa negociar ou movimentar os animais no estado.

A presidente do Sindicato disse ainda que a operação será suspensa imediatamente se houver uma proposta real. “A informação de que os produtores rurais poderão emitir a GTA (Guia de Trânsito Animal) é uma atitude irresponsável”, continuou.

O Sindicato revelou que a Iagro faz o ‘serviço oficial, reconhecido pelo Ministério da Agricultura e OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) para fiscalizar e garantir a sanidade do rebanho e do agronegócio’ em geral, do Estado. “A entrega desta responsabilidade para produtores e profissionais não habilitados para o serviço pode colocar em risco o controle e a credibilidade do nosso Estado junto aos organismos internacionais (exportações). Haja vista o foco de aftosa no país vizinho, o Paraguai”, são as palavras que encerram o comunicado enviado pelo SIFEMS.

Reivindicações na Iagro (dentro da Acrissul)

“Movimento Pela Implantação de Plano de Cargos e Carreira dos Servidores da Iagro”. Essa é a frase de uma faixa estampada bem em frente à sede da Iagro (Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal) que fica dentro da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul).

Por volta das 17h da tarde desta quinta-feira (17), a reportagem do Midiamax foi até o local e, apesar da “Operação Padrão”, os trabalhadores informaram que não estavam autorizados a falar das ‘dificuldades do dia-a-dia dos servidores’, que outros detalhes somente com o Sindicato da categoria.

A reclamação do homem do campo

No final da tarde de hoje (17), na mesma sede da Iagro, na Acrissul, a reportagem conversou com um produtor que reclamou da demora para liberação no transporte do gado dele. “Estou aqui desde às 10hs da manhã tentando resolver meu problema. Os caminhões estão carregados, mas não posso embarcar o gado”, falou Jober Prado Guimarães.

O produtor rural de Rio Verde está negociando 436 cabeças de gado. Jober explica que, por ali, a ‘pepelada’ até que foi liberada logo, mas o problema estaria lá em Rio Verde de Mato Grosso, onde, segundo ele, não tem funcionário para a função. “Já tive que dispensar os motoristas porque não conseguir fazer o carregamento. Depois tenho que contratar tudo de novo. É só gasto e transtorno pra gente”.

Jober disse que entende as dificuldades dos servidores da Iagro e não critica os trabalhadores, mas sim as condições na Agência. “Tem dia que não tem nem água pra beber na Iagro. Falta computador, falta estrutura principalmente nas cidades do . E sabemos que eles não têm culpa, o Estado que teria que resolver isso”, complementou o produtor.

Movimentação de animais em MS

De acordo com dados da própria Iagro, por mês, o trânsito de animais em Mato Grosso do Sul chega a aproximadamente 900 mil cabeças. A maioria, cerca de 40%, para o abate. Mas o transporte movimenta, ainda, animais para engorda, exposições, leilões, reprodução, entre outros.

Operação Padrão

A “Operação Padrão”, que começou exatamente hoje (17) foi deliberada durante Assembleia Geral Extraordinária, realizada no último dia 21 de outubro. O movimento serve como um caminho para a ‘classe obter respostas do governador André Puccinelli sobre a promessa do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) dos servidores’.

Saiba mais em notícias relacionadas, logo abaixo.