Na Câmara Municipal, decreto com reajuste na tarifa da água em Campo Grande foi questionado. Segundo vereadores, acordo anterior impede aumento neste ano.

Os vereadores de Campo Grande discutiram na sessão desta quinta-feira (9) o aumento na tarifa de água fornecida pela empresa Águas Guariroba. Confirmado pelo prefeito Nelsinho Trad, o reajuste que atinge a população da capital causou reação até na Assembleia Legislativa e pode ser alvo de uma CPI na Câmara Municipal.

Segundo os parlamentares de Campo Grande, o prefeito agiu de forma “abusiva” ao alterar a tarifa sem ouvir o legislativo nem detalhar o texto do contrato. Os vereadores defenderam a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal para rever a proposta da Águas Guariroba.

A maior reclamação é sobre o fato de que a tarifa estava prevista para dois anos, a contar do ano de 2009. “Precisamos fazer uma discussão, para que a gente possa acompanhar o reajuste, pois isso está extrapolando as regras. Tem de se fazer um levantamento nas cidades do porte de Campo Grande para ver qual o percentual da cobrança da taxa de esgoto, de água”, disse o vereador Saraiva.

Segundo o presidente da Câmara, Paulo Siufi (PMDB), o legislativo já emitiu requerimento solicitando explicações da Agência Reguladora e da empresa Águas Guariroba para saber se houve ou não abuso no aumento da taxa de água. “A Câmara tem se pautado na defesa da população, fiscalizando o Executivo para que possamos suspender esse ato, ou instaurar uma CPI. Vamos trabalhar junto com harmonia, mas não com irresponsabilidade”, disse.

De acordo com o vereador Paulo Pedra, a lei que outorgou a autorização ao prefeito Nelson Trad Filho de alienar a Águas de Campo Grande não permitia um aumento maior que a inflação. Para o parlamentar o Executivo cometeu duas irregularidades. Tivemos aumentos de 15% de 2009, e agora temos o aumento acima da inflação. Não aceitaremos esse aumento!”, afirmou.