Puccinelli e Zeca do PT priorizam realizações em entrevista na TV
Os três candidatos ao governo estadual falaram sobre temas predefinidos em entrevistas gravadas separadamente na TV Guanandi
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Os três candidatos ao governo estadual falaram sobre temas predefinidos em entrevistas gravadas separadamente na TV Guanandi
Os dois principais candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli e Zeca do PT, usaram os 20 minutos de entrevista gravada que a TV Guanandi, afiliada da Rede Bandeirantes, levou ao ar nesta quinta-feira (12) a noite, para principalmente listarem os feitos dos períodos durante os quais estiveram no poder.
Com a ordem das entrevistas definida por sorteio, Puccinelli, atual governador e candidato à reeleição pelo PMDB, foi o primeiro e deu ênfase no discurso para números que apontou como resultados positivos dos quatro anos de mandato.
O governador falou durante toda a entrevista com um roteiro de várias páginas que folheou algumas vezes à vista dos espectadores e fez menção indireta ao adversário Zeca do PT logo no começo da entrevista, reclamando que teria recebido a polícia desaparelhada.
Nei Braga, do PSol, segundo a ser apresentado pela ordem sorteada, passou boa parte dos 20 minutos explicando o que chamou de “óbvio”, palavra, inclusive, que mais repetiu. Segundo ele, “idéias e projetos já existem, só falta melhorar”. Último em todas as pesquisas, o candidato chegou a devolver para a apresentadora uma pergunta ao invés de responder.
Zeca do PT, último a falar, resgatou dados do período em que foi governador, defendeu a desoneração tributária e diminuição do Fundersul. O candidato falou sem usar roteiro e foi o único a citar claramente um concorrente. Falando sobre projetos sociais, reclamou de Puccinelli ter fechado o restaurante popular e disse que o adversário dobrou o Fundersul.
Sobre infraestrutura, Zeca ainda alfinetou Puccinelli lembrando que as obras viárias do estado são na maioria custeadas pelo Governo Federal e que o governador havia prometido não acabar com os projetos sociais.
Todos os candidatos foram perguntados na mesma sequência sobre segurança, desenvolvimento econômico, educação, saúde e assistência social, infraestrurura e meio ambiente. Confira abaixo alguns destaques nas respostas de cada um dos três candidatos.
Segurança
Com relação à segurança pública, Puccinelli disse que polícia estava desaparelhada no começo do governo, e prometeu investir em policiamento comunitário. Sobre o sistema prisional, o candidato do PMDB disse que está “investindo conforme a disponibilidade do orçamento” e lembrou da Força Nacional e da Ong Peniel ao falar sobre combate às drogas, prometendo mais policiamento escolar para combater o tráfico.
Nei Braga falou sobre a única proposta que apresentou, defendendo o desmembramento da Secretaria de Segurança Pública em duas pastas, com uma Secretaria de Justiça. Genérico, disse que tem como meta “manter o que está bom e melhorar o que está ruim” na segurança.
Zeca do PT disse que quando foi governador promoveu a valorização profissional e manteve o discurso voltado para os servidores da área, falou em valorização salarial e prometeu manter a polícia na rua com mais combustível para viaturas. Sobre as Uneis, o candidato do PT alfinetou: “É muito triste vermos garotos bebendo água da privada. É preciso um olhar carinhoso e generoso para as Uneis”.
Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura
Puccinelli disse que tem nove grandes projetos para o desenvolvimento do estado e sugeriu a diversificação da matriz econômica para trazer indústrias e atrair empregos. Defendeu incentivos e citou a candidata do PT à presidência, Dilma Roussef, falando sobre obras de infraestrutura.
Nei Braga repetiu que pretende “fazer o óbvio e desenvolver as cadeias produtivas”. O candidato do Psol declarou ainda que MS não precisa de nova estratégia de desenvolvimento. “MS já tem estratégias de governos e volto a repetir o óbvio: não vou reinventar a roda”.
Zeca disse que trouxe o maior frigorífico do estado e a International Paper, de Três Lagoas, quando foi governador. Defendeu reduzir o Fundersul cobrado dos produtores, trocar incentivo fiscal por empregos para atrair investimento em todas as regiões e resgatar máquinas da Agesul atualmente em comodato com empreiteiras.
Educação
“Educação é o meu xodó”, disparou Puccinelli, que prometeu ainda, caso seja reeleito, promover concursos para distribuir a alguns alunos notebooks e pendrives. Nei Braga disse que, caso seja eleito, Educação será um dos pilares do governo, e que não adianta valorizar os professores sem estrutura adequada. Zeca do PT defendeu a democratização e focou nos servidores novamente, prometendo melhoria salarial com pagamento do piso nacional dos professores, escolas especiais e autonomia para Uems.
Saúde e Assistência Social
O candidato do PMDB, Puccinelli, ressaltou que durante o mandato dele 14 municípios tiveram a gestão da saúde pública plenamente municipalizada e falou sobre o aumento dos investimentos combinados aos recursos dos municípios.
O candidato do PSol, Nei Braga, disse que “se o Estado construir 20 hospitais, terá pacientes para 40”, para justificar porque defende investimento na prevenção. Falou ainda que a maioria das pessoas tem “doenças psicossomaticas”.
O candidato petista, Zeca do PT, disse que a saúde de Mato Grosso do Sul precisa recuperar um programa de regionalização e hierarquização da rede pública. Ele prometeu ainda um convênio para o Estado ajudar às prefeituras no custeio de hospitais nos municípios do interior.
Meio Ambiente
Puccinelli defende o incentivo à adoção de tecnologias sustentáveis do ponto de vista ambiental. O candidato Nei Braga soltou a pérola das três entrevistas quando perguntado sobre as propostas do PSol para meio ambiente. “Eu não tenho uma proposta específica para você”, disparou para a apresentadora. Ele disse ainda que é contra o plantio de cana, que diz não gerar riqueza necessária nem mão-de-obra, além de degradar o Pantanal.
Zeca do PT disse que para promover o desenvolvimento sustentável pretende refundar a Sema, e, mais uma vez, falou para os servidores, prometendo qualificar pessoal. O candidato petista defendeu ainda a desburocratização dos processos para licensa ambiental de projetos e empreendimentos no estado. “Ficar três anos esperando por uma licensa ambiental é impossível”, disse.
Aparência dos candidatos
Como o visual é parte importante dos esforços de marqueteiros políticos, chamaram a atenção as diferenças entre a apresentação e aparência dos candidatos. Puccinelli foi comedido no gestual e didático nas falas pausadas, movendo-se pouco. A apresentadora precisou avisar que o tempo do governador estava se esgotando.
Já Zeca do PT gesticulou mais, citou reportagens da própria tevê nas respostas e chegou a ter tempo de sobra, sendo avisado pela jornalista que ainda podia aproveitar alguns segundos, que usou até para mandar beijos.
Nei Braga, o mais despojado, chamou a atenção por uma indefectível atadura em um dos dedos na mão direita. Moveu até a cadeira de lugar e chegou a fazer perguntas para a jornalista Flávia Vicuña, que, é claro, não respondeu.
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