No esforço para consolidar o nome do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), como o indicado do partido para a vice-presidência na chapa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a Executiva Nacional do PMDB manteve quarta-feira, após reunião que contou com a presença de 11 dirigentes em Brasília, a antecipação da convenção nacional do partido para o próximo dia 6 de fevereiro. Inicialmente, a convenção seria realizada no dia 6 de março, mas os peemedebistas querem reconduzir logo Temer ao comando do partido para demonstrar o apoio interno da legenda ao deputado e encerrar as especulações de que outro nome poderia ser escolhido pelo PT para integrar a chapa presidencial com Dilma.

Embora setores do partido defendam a candidatura própria ou a composição com o PSDB, a decisão sobre a manutenção da antecipação foi unânime. O impasse no partido teve início depois que o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), e o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia ameaçaram questionar judicialmente a mudança na data da reunião – do dia 10 de março para o dia 6 de fevereiro.

A tendência é de que haja apenas uma chapa encabeçada por Temer na disputa pelo diretório nacional. No entanto, a executiva estabeleceu um prazo para o registro de outras candidaturas que se esgota quinta-feira. A executiva também decidiu que haverá eleição para o diretório composto por 119 membros e que caberá ao diretório escolher a nova executiva nacional do PMDB.

Reforço

Quarta-feira, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, procurou apaziguar os ânimos de peemedebistas insatisfeitos com a suposta preferência do PT e de Dilma por outros nomes. Padilha disse que a provável reeleição de Temer como presidente do PMDB apenas reforçará a aliança entre os dois partidos.

– A sua recondução faz que com que ganhe dentro do PMDB a tese da aliança com a ministra Dilma. Ganha dentro do PMDB a intenção de fazer parte da base do governo, e isso dá estabilidade para o final do governo Lula, para o conjunto das votações no Congresso e para o debate eleitoral – observou o ministro, para quem Temer teve um papel muito importante na parceria uma vez que “trouxe o conjunto do PMDB para a base do governo”. (Com agências)

PDT quer vaga em aliança e Lula vai atrás de PSB

O PMDB não é o único partido que vive momentos de definição em relação à aliança com o PT nas eleições deste ano. A união dos partidos da base em torno da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República, estava na pauta de um encontro previsto para quarta-feira à noite, em Recife, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB.

Os socialistas apresentaram o nome do deputado Ciro Gomes (CE) como pré-candidato e parte de sua executiva defende que um acordo com o PT fique para o segundo turno das eleições. Durante o jantar no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo pernambucano, contudo, Lula pretendia pedir a união da base aliada na “campanha polarizada” que se avizinha.

– O presidente já deu a sua opinião sobre isso. Ele acha que tem uma disputa polarizada, temos que ter uma candidatura única no conjunto da base. Ele tem dito que quer uma eleição quem sou eu e quem és tu. Essa mensagem será discutida com o presidente do PSB – adiantou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Se o PSB ainda está indeciso entre a candidatura de Ciro e o apoio à Dilma, o PDT pretende declarar o apoio à pré-candidatura de Dilma ainda quinta-feira. A cúpula do partido e os líderes na Câmara e no Senado marcaram um almoço com a ministra para formalizar a decisão da legenda de integrar a coligação da pré-candidata. A convenção nacional do PDT para referendar oficialmente o apoio vai ocorrer somente em junho, mas como a maioria do partido decidiu apoiar o nome de Dilma, a legenda vai antecipar o anúncio.

Devem participar do almoço o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o presidente do PDT, deputado Vieira da Cunha (RS), e os líderes do partido na Câmara e no Senado, Dagoberto e Osmar Dias (PR), respectivamente.

O almoço deve ocorrer na residência de Dilma em Brasília. Na reunião, também deve ser discutido o apoio do PT a algumas candidaturas pedetistas nos estados, principalmente no Maranhão e no Paraná.