Confusos ou imprudentes? Motoristas fazem manobra proibida e complicam trânsito na Três Barras
Obra de R$ 3 milhões para resolver problema no trânsito da região será entregue este mês
Lethycia Anjos –
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Antes mesmo da entrega das obras de reordenamento, as alterações na Avenida Três Barras têm causado transtornos tanto para condutores quanto para os comerciantes da região do bairro Vilas Boas em Campo Grande. Conhecida como uma das vias mais caóticas da Capital, a Três Barras passou por obras para otimizar o fluxo do trânsito e reduzir o tempo de deslocamento para os motoristas.
No entanto, as mudanças têm gerado transtornos e confusão para os motoristas que transitam pelo local. Um dos principais problemas decorrentes das obras é a instalação de uma faixa de sinalização contínua que proíbe a conversão à esquerda para os condutores que saem de um supermercado localizado na avenida.
Conforme a legislação de trânsito, é proibido realizar conversões em vias sinalizadas com faixa amarela dupla e contínua. No entanto, sem placas de advertência que reforcem a conversão proibida, muitos motoristas se arriscam ao atravessar a faixa em pleno horário de pico, quando o fluxo da avenida é intenso.
Jailson Motta, 51 anos, foi surpreendido ao descobrir que a conversão no local estava proibida. Para ele, a instalação da faixa vai totalmente contra a ideia de reduzir o tempo de deslocamento dos motoristas.
“Como a sinalização está apenas na rua, fica difícil de ver. A gente sai e já vira à esquerda. Não tem como sair do mercado e dar a volta inteira no bairro para depois voltar aqui para a Avenida Três Barras, é inviável”, reclama o motorista.
Guilherme Neves, 25, mora na Avenida Três Barras há dois anos e passa pelo local diariamente para ir ao mercado. Apesar de aprovar o resultado da reordenação, ele acredita que a faixa contínua não foi uma boa escolha.
“Com o novo reordenamento, está mais tranquilo de passar por aqui, mas o que mais me incomoda é a faixa contínua na saída do mercado, que impede a conversão à esquerda de quem sai para a avenida. Essa sinalização não ficou útil, o motorista perde muito tempo para fazer o retorno pelo bairro”, relata o morador.
Para o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine Bruno, o frequente número de conversões proibidas no local diz muito mais sobre a conduta do motorista do que sobre a falta de sinalização adequada no local.
“O motorista passou pela autoescola, não tem como alegar que não conhece a legislação de trânsito. A faixa já deixa subentendido que a conversão é proibida, mas como em todo lugar, há motoristas que não respeitam”.
Veja o vídeo:
Faixas amarelas pegaram os comerciantes de surpresa
De um dia para o outro, Fernanda Mazzo, 19, testemunhou uma queda drástica no movimento do comércio onde trabalha. Após a instalação das faixas amarelas, o estabelecimento perdeu suas vagas de estacionamento e não consegue nem receber mercadorias.
“Ninguém havia sido informado sobre a pintura das faixas amarelas. Perdemos nosso espaço de estacionamento e não conseguimos receber as entregas que chegam até a loja, já que não é permitido estacionar em frente”, lamenta.
Fernanda destaca que, no início das obras, os comerciantes questionaram a empresa responsável pelas obras sobre a possibilidade das faixas amarelas e sugeriram alternativas que não os prejudicassem. Contudo, as solicitações não foram atendidas.
“Quando recebemos entregas, os entregadores precisam parar muito longe da loja. Às vezes, são pessoas mais idosas realizando as entregas e os produtos costumam ser pesados, o que dificulta bastante a situação.”
Além das faixas que proíbem o estacionamento, Fernanda reclama que, aproximadamente duas semanas atrás, um buraco foi aberto ao lado de seu estabelecimento, danificando toda a calçada e tornando quase impossível passar sem sujar os pés de terra.
“Esse buraco está aberto há dias e tem prejudicado muito a loja. As pessoas não conseguem nem transitar por aqui, se for um idoso ou alguém com deficiência, a situação é ainda pior”, explica.
Harri Roque é dono de um pet shop na Avenida Três Barras, segundo ele, a Agetran informou que a remoção das faixas amarelas não seria viável, pois isso poderia comprometer o fluxo de veículos e resultar em novos congestionamentos na região.
“Participamos de uma reunião com a Agetran, mas não conseguimos resolver nada. As faixas amarelas serão mantidas sem possibilidade de negociação. Enquanto isso, os comerciantes precisam se virar como podem”, relatou.
Agetran irá atender pedido dos comerciantes?
O diretor-presidente da Agetran esclareceu que as obras estão em fase de finalização, mas as faixas amarelas não serão retiradas. Em resposta às demandas dos comerciantes, Janine Bruno destacou que serão feitas adequações para solucionar os problemas relatados.
“As faixas amarelas não serão retiradas, os comerciantes apresentaram algumas demandas que vamos atender dentro do possível, mas as mudanças na via serão mantidas”, esclareceu.
Quanto à faixa contínua e as conversões proibidas, a Agetran emitiu uma nota informando que toda a extensão do trecho está devidamente sinalizada, embora a equipe de reportagem do Midiamax tenha observado a ausência de placas que reforcem a proibição de conversão no local.
Ainda segundo a Agetran, está prevista a realização de blitz educativa pelos agentes de trânsito assim que a obra for concluída, visando orientar os condutores sobre as novas sinalizações.
Obra custou R$ 3 milhões
Com a promessa de transformar completamente o tráfego de uma das regiões mais ‘caóticas’ de Campo Grande, o reordenamento da Avenida Três Barras será oficialmente inaugurado em 12 de setembro. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (28) pelo diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine Bruno.
Em obras desde março deste ano, a Avenida Três Barras passou pela remoção da rotatória, instalação de dois conjuntos semafóricos com 20 focos luminosos e adoção do sentido único em um trecho das ruas Domingos Jorge Velho e Miguel Sutil.
No início de agosto, a empresa Meng Engenharia assumiu as obras de sinalização viária do local. O contrato entre a Agetran e a Meng tem o valor de R$ 1.071 milhão.
Janine Bruno destaca que as obras estão na fase final e o próximo passo é concluir as calçadas e iniciar o paisagismo do local.
“A remoção da rotatória altera o comportamento dos motoristas. Aqueles que evitavam a Avenida Três Barras por medo agora se sentem mais seguros, e enquanto isso estamos finalizando as obras”, explicou.
A obra engloba todo o entorno da rotatória das Avenidas Três Barras, José Nogueira Vieira e das ruas Final e Marquês de Lavradio. Além da readequação da rotatória, o projeto inclui a pavimentação de um trecho de 200 metros da Rua Manoel da Nóbrega (paralela à Três Barras) e 70 metros da Miguel Sutil (transversal à Três Barras).
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