Durante curso promovido pelos motossocorristas do Corpo de Bombeiros, na manhã desta sexta-feira (25), 21 motociclistas aprenderam técnicas de direção segura, primeiros socorros e fizeram percursos de pilotagem. O treinamento chamou atenção até de quem já sofreu acidente pelas ruas da Capital.

Há sete meses, o motociclista João Paulo de Jesus, de 23 anos, sofreu acidente quando pilotava sua motocicleta, após sofrer uma queda. Ainda com o pino no cotovelo, onde teve fratura exposta, ele disse ter ficado sabendo do curso pelo Instagram dos motossocorristas.

“Foi a segunda vez que sofri acidente de moto e na primeira fraturei o joelho. Domingo estava indo para Sidrolândia e precisei ajudar num acidente, quando duas moças ficaram presas no carro, que bateu de frente”, relata.

João já possuía curso de primeiros socorros, mas nunca tinha conseguido alinhar a pilotagem com o que aprendeu na teoria. “Aqui eu tive a prática também, tanto que o que achei mais importante foi a parte de frenagem”.

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Técnica de frenagem foi a que motociclistas tiveram mais dificuldades. (Foto: Henrique Arakaki)

A socorrista, de 32 anos, Sivila Maciel Cairos, já morou nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, e considera o fluxo de veículos nas avenidas de Campo Grande lento. “Já fiz um curso de condutor de veículo de emergência, mas só a parte teórica. Como motorista de ambulância, garanto que o nosso maior risco hoje são os motociclistas, abusando ao passar na faixa que não é dele, entrando no ponto cego e passando pelo corredor”, opina.

Ela afirmou ter se inscrito no curso do CBM para tentar entender a forma como os motociclistas andam. “Já precisei ajudar em um acidente na Afonso Pena em plena 6h. Eu sinalizei, chamei o socorro e fiz os primeiros atendimentos”, lembra.

Segundo o motossocorrista dos Bombeiros sargento Salina, muitos motociclistas não sabiam nem que tinham vários freios em seu veículo. “Muitas motos têm freios dianteiro, motor e traseiro, e tem pessoas que não usam o freio dianteiro por medo, acham que vai perder o controle e capotar”.

No curso são repassadas instruções para que os motociclistas se livrem de vícios no trânsito, e saibam ajudar outros condutores ao se depararem com acidentes — conceitos por vezes esquecidos após muitos anos de pilotagem, após a autoescola.

“Hoje a gente sabe que a maior causa de acidentes no trânsito é a negligência que os condutores têm, como por exemplo na manutenção da moto e uso de roupa adequada, além da imprudência, que é a alta velocidade e desrespeito das regras de trânsito”, explica Salina.

Conforme explicado pelo também motossocorrista, sargento Melin, são ensinadas técnicas de maneabilidade e pilotagem segura, que inclui o domínio e controle da motocicleta, além do acionamento de mecanismos de defesa, como os freios e a postura na direção. “Eles tiveram aula teórica de condução e também de primeiros socorros, e depois são feitos percursos, cada um com sua própria moto”.

O treinamento ocorreu no estacionamento do antigo Comper da Avenida Bandeirantes.

Motociclistas tiveram aula teórica e prática. (Foto: Henrique Arakaki – Jornal Midiamax)