Moradores dizem que obra dividiu bairros da região Euler de Azevedo

Moradores se reuniram para reclamar

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Os moradores, comerciantes e líderes comunitários dos bairros da região cortada pela avenida Doutor Euler de Azevedo, em Campo Grande, reuniram-se na manhã desta sexta-feira (11) para reclamar da sinalização e das muretas instaladas na avenida, que foi recentemente duplicada. Eles alegam que o trânsito na região ficou perigoso e separou os bairros, criando um ‘apartheid’, ou seja, isolando e dificultando a vida de quem busca comércios e serviços entre os bairros vizinhos.

“Faltou ouvir os moradores. Inventaram um projeto que está matando gente. As comunidades eram interligadas e criou-se um apartheid entre elas”.

Abílio Borges, representante do Coophatrabalho.

De acordo com o presidente da Associação de Moradores do Bairro José Abrão, Alex Lourenço, a reivindicação imediata dos moradores é a sinalização da avenida. Em um mês, duas pessoas morreram em acidentes na região e o cenário preocupa os moradores.

A segunda queixa é sobre as muretas, que até viraram motivo de piadas em redes sociais. Os moradores reclamam da altura e dizem que quem está dentro do carro não consegue ter boa visibilidade. Eles pedem que seja feito um canteiro, similar ao da Avenida Eduardo Elias Zahran. “Do cruzamento não dá para ver quem está vindo. É uma obra que gastou milhões e não ouviu a comunidade”, diz Lourenço.

Na região o fluxo é formado por mais de 20 mil moradores os bairros Parque dos Laranjais, Jardim Beija-flor, José Abrão, Residencial Sírio Libanês, Coophatrabalho e Jardim das Virtudes, além das pessoas que se dirigem à UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e ao Detran MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul).

Aparecida Moimaz, dona de um pensionato, reclama da dificuldade que virou para quem tem carro sair do bairro. “Tem que dar uma volta enorme para sair do bairro e o quarteirão não é pequeno”.

Vilma Alves de Matos, 69 anos, diz que é a moradora mais antiga do bairro e afirma que para os pedestres a situação também não é boa. “Não dá para atravessar, porque não tem passagem. Tem que dar toda uma volta e eu não aguento”, diz.

O grupo concentrou-se na Escola Municipal Sebastião Santana de Oliveira e organizou uma passeata pelas ruas do bairro até a avenida Euler de Azevedo, portando panos pretos, em sinal do luto às duas pessoas que morrem em acidentes. O fiscal da obra compareceu ao local para ouvir as reclamações e tentar explicar algumas das especificidades aos moradores, comerciantes e lideranças.

O engenheiro alegou que toda a obra foi discutida com especialistas do poder público e que segue padrões de segurança, como a velocidade máxima em 50 km/h, que as muretas servem para que a população não atravesse fora da faixa, colocando a própria vida em risco, e que os acidentes com mortes foram causados por imprudência.

Duplicação da Euler de Azevedo

A readequação da capacidade de tráfego da Avenida foi iniciada em julho de 2016. Inicialmente prevista para durar 360 dias, a obra teve que receber 120 dias no aditivo de prazo, devido à inconstância do clima no último ano.

A obra prevê a realização de uma nova capa asfáltica para os 4,5 quilômetros e duplicação da pista. Os investimentos são da ordem de R$ 16,1 milhões.

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