Somente neste ano, 11 pedestres perderam a vida em acidentes no trânsito de Campo Grande. Vidas que poderiam ter sido salvas se regras de trânsito fossem respeitadas pelos motoristas e também pelos pedestres.

Pelas ruas de Campo Grande, o que podemos encontrar são calçadas com problemas, carros em alta velocidade, motoristas distraídos com o celular na mão entre os outros problemas. O Jornal Midiamax foi às ruas e listou oito pesadelos para quem enfrenta o trânsito da Capita a pé. Nem a área central escapa dos problemas.

Falta de acessibilidade para pessoas com deficiência

8 pesadelos que os pedestres enfrentam nas ruas de Campo Grande

Um dos locais em Campo Grande com melhor sinalização é o cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua 25 de Dezembro. As faixas de pedestre estão pintadas e os semáforos para carro e para pedestres funcionam corretamente. Além de no local estar situado o Paço Municipal, o Ismac (Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos – Florisvaldo Vargas) também fica a poucos metros.

Quem além de pedestre não enxerga explica o que de errado existe nas calçadas de Campo Grande:

-Claudete Freitas Soares, 58 anos.

O piso tátil é muito importante, mas, tem que ser bem colocado. Em alguns lugares tem e, em outros, não. Em outros locais, o piso tátil dá ‘de topo’ no orelhão ou em um poste. Em algumas lojas também falta acessibilidade. Não há o piso indicando a entrada. Então, passamos direto ou ficamos parados, esperando alguém vir ajudar e não há essa necessidade quando está tudo certo”.

-Porcina Alves, 69 anos.

“Há muitos buracos nas calçadas. Algumas tem e outras não têm o piso tátil. Também há as lixeiras no meio das calçadas”.

Calçadas estragadas

8 pesadelos que os pedestres enfrentam nas ruas de Campo Grande

Na “porta” da Morada dos Baís, um dos principais pontos turísticos de Campo Grande, a calçada de mosaico português, ou de pedrinhas como é mais conhecida, não está conservada. O charme foi embora com o tempo e ficaram as pedras soltas, prontas para o tropeção de um pedestre mais distraído.

Carros que não param na faixa para o pedestre atravessar

8 pesadelos que os pedestres enfrentam nas ruas de Campo Grande

Na avenida Afonso Pena, nas proximidades do Camelódromo já foram registrados acidentes com morte de pedestre. As faixas foram pintadas no local, mas em locais um pouco estranhos. O caminho para quem sai do comércio popular não termina na faixa de pedestres, fazendo com que muitos atravessem fora da faixa colocando a vida em risco.

Na frente do posto de combustíveis há a faixa de pedestres com faixa de retenção para os carros, ou seja, eles deveriam ficar atrás da faixa enquanto o semáforo lá na frente está fechado. O que se vê no local não é bem isso. Muitos condutores param em cima da faixa para pedestres.

Semáforos que não dão tempo para o pedestre atravessar

8 pesadelos que os pedestres enfrentam nas ruas de Campo Grande

Na avenida Afonso Pena com a 14 de Julho, o problema clássico dos pedestres: semáforo que foi feito só para o trânsito de carros. Os motoristas que viram da Afonso Pena (sentido aeroporto –shopping ficam esperando paralelos ao canteiro central. Não há tempo para os pedestres atravessarem a rua, uma vez que os semáforos estão sincronizados apenas para os veículos. No local, é possível observar a famosa corridinha e os carros avançando junto com quem está andando. Para sorte dos pedestres, geralmente, os carros estão em baixa velocidade.

Rodovias “dentro” da cidade e sem passarelas

8 pesadelos que os pedestres enfrentam nas ruas de Campo Grande

A mesma sorte não tem os moradores de bairros que são cortados por rodovias em perímetro urbano. No último fim de semana, uma idosa de 70 anos morreu atropelada na BR-163, quando atravessava a estrada. No local, há faixa de pedestres, mas mesmo assim são poucos os motoristas que respeitam a vez do pedestre atravessar.

O Jornal Midiamax esteve no local nesta manhã e sentiu na pele problema. Para fazer a travessia, são gastos minutos esperando a boa vontade dos motoristas, afinal, é bem mais perigoso do que dar sinal e tentar atravessar em uma rua de bairro ou do Centro.

Dificuldades para mães e pais com bebês em carrinhos

8 pesadelos que os pedestres enfrentam nas ruas de Campo Grande

Quando temos carro ou não temos problemas de saúde, é mais fácil não enxergar tanto os problemas dos pedestres. Mas, quando por algum motivo a realidade muda, passamos a sentir na pele os problemas de acessibilidade.

A advogada Flávia Pizolatto passou a refletir mais sobre a acessibilidade andando pelas ruas da área central com as filhas, de dez meses no carrinho. Ela diz que geralmente os motoristas respeitam, mas que os distraídos são o maior perigo.

Quando aperta o botão [do semáforo de pedestres] dá tempo. Mas, se não apertar, tem que dar uma corridinha. Na maioria das vezes, aqui [no cruzamento] os motoristas respeitam, mas, tem gente que fica distraído e isso é perigo. Agora, estou sentindo na pele essa questão da acessibilidade. Tem gente que estaciona na rampa”.

Sinalização para pedestre é rara

8 pesadelos que os pedestres enfrentam nas ruas de Campo Grande

Em vários pontos de Campo Grande, a sinalização para pedestres está estragada. Em outros locais, como a Avenida Guaicurus, as faixas de pedestres não existem mais.

Postes na calçada

8 pesadelos que os pedestres enfrentam nas ruas de Campo Grande

Na avenida da Divisão, na calçada de um atacadista, a calçada tem em torno de 60 centímetro de largura. Além disso, em um dos locais, há um poste. Quem passa com as compras tem que fazer malabarismo com as sacolas para conseguir passar.

Várias vezes tive que passar na pista. Antes era mais perigoso, porque não tinha o quebra-molas e os carros passavam mais rápido”, conta Ênio da Silva, de 71 anos.

8 pesadelos que os pedestres enfrentam nas ruas de Campo Grande