A mãe de Wellington Gonçalves da Silva, Neusa Gonçalves da Silva, 43 anos, e a mãe de Michele de Lima Pontes, Vera Lucia de Lima, 42 anos, abandonaram o Tribunal do Júri, no momento que o advogado de defesa de Cristiano Pacheco de Souza, José Roberto Rodrigues da Rosa, começou a defender sua tese.

Neusa conta que não conseguiu ouvir a defesa e afirma que tudo que estava sendo dito para convencer os jurados da inocência de Cristiano a agredia novamente. “Perdi meu filho. Perdi meu companheiro. Desde os 14 anos, quando ele começou a trabalhar me ajuda. Aí vem alguém tentar diminuir minha dor”, diz.

“Sei que meu filho não volta mais. Ele tirou uma vida, e nem foi de uma só pessoa, foram duas. Isso não pode ficar em vão. Por mais que ele fique preso é pouco diante da dor da família”, afirma emocionada.

Vera Lucia, que ficou próxima de Neusa depois do ocorrido, compartilha da opinião. Ela conta que a filha, que perdeu a vida aos 17 anos, estava em seu primeiro emprego, cheia de sonhos. E a morte brutal no acidente de trânsito acabou com tudo. “Tem sido muito difícil para mim. Ele destruiu a minha vida, estou de pé porque Deus me dá força”, revela.

Para Vera Lucia Justiça só será feita Justiça se Cristiano pegar a pena máxima. “Ele não pode ficar solto por aí, para beber mais e por a vida de outras pessoas em risco”, diz.

O caso

Cristiano Pacheco de Souza é acusado de matar duas pessoas ao disputar racha em Campo Grande. Ele está sendo julgado por homicídio doloso (que tem intenção de matar) qualificado, embriaguez ao volante e direção sem habilitação.

A defesa tenta modificar o crime de homicídio doloso para culposo (sem intenção de matar) e retirar a qualificação do crime para simples. Se o júri acatar a defesa, os crimes diminuem de 12 a 30 anos, para 6 a 20 anos de reclusão.

Acidente

Wellington e Michelle estavam em uma motocicleta quando por volta das 23h40 do dia 15 de maio de 2010, na BR-262, saída para Três Lagoas, próximo ao Autódromo Internacional de Campo Grande, se chocaram contra o Renault Logan que Cristiano dirigia.

Cristiano invadiu a pista contrária e bateu de frente com a Honda Twister. Ele fez exame de alcoolemia que apontou embriaguez. O jovem foi preso em flagrante, sendo solto dois meses depois.