Na reunião realizada hoje de manhã (09) por integrantes do GGIT (Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito) foram apresentados os cinco principais fatores de risco dos acidentes graves e fatais ocorridos em Campo Grande no período de julho a setembro de 2010. As colisões graves resultaram de excesso de velocidade, infraestrutura da via, álcool, jovem condutor (18 a 25 anos) e motociclista.

A exposição dos dados do GGIT, levantados nos boletins de ocorrência de instituições como Corpo de Bombeiros, Ciptran, Santa Casa, PRF, PRE e Samu, foi acompanhada de perto pelo público, formado principalmente por técnicos e policiais de trânsito, que compareceu ao auditório da Companhia Independente de Policiamento de Trânsito da Polícia Militar.

“Os jovens na faixa etária de 18 a 30 anos lideram as estatísticas, com índice de 44%, relacionadas à incidência de vítimas fatais nos acidentes de trânsito. O jovem condutor arrisca mais, ao passo que as pessoas mais velhas são mais cautelosas”, atestou Éder Vera Cruz, chefe da Divisão de Fiscalização da Agetran.

A tenente da PM da Ciptran, Cleide Maria da Silva, fala com conhecimento de causa das colisões no trânsito. “Noventa e nove por cento dos acidentes são conseqüência de infrações cometidas pelos usuários da via: condutores, pedestres e ciclistas, que não respeitam a sinalização, falam no celular ao volante, não usam cinto de segurança, não colocam corretamente o capacete, não atravessam a rua na faixa, não respeitam o limite de velocidade, entre outras irregularidades cometidas no trânsito”, pontuou.

O problema é reiterado pelo comandante da Ciptran, tenente coronel Alírio Villasanti. “A falha humana é o principal componente dos acidentes. Estamos intensificando a fiscalização nos locais com maior incidência de colisões e grande fluxo de pessoas, como postos de combustíveis e conveniências”, informou.

Segundo a técnica em educação para o Trânsito da Agetran, Vera Lúcia de Matos, a partir dos fatores de risco dos acidentes serão elaborados programas de educação no trânsito. “Nossa proposta, para reduzir as colisões graves, é trabalhar por regiões da cidade, tais como escolas, igrejas e centros comunitários, no sentido de mudar a cultura, o comportamento dos usuários da via”, citou.

O diretor presidente da Agetran e que também preside o GGIT, Rudel Trindade, acredita que é um desafio a mudança de comportamento das pessoas no trânsito. “É difícil, é um trabalho árduo, resolver problemas de infraestrutura na via é mais fácil”, observou. Rudel defende “mudanças nos horários de fiscalização, já que os horários em que são registrados os acidentes graves em Campo Grande são nas madrugadas dos finais de semana”, enfatizou.

Estatísticas de trânsito – De acordo com os dados divulgados pela Ciptran, foram registrados 56 acidentes com vítimas fatais, em Campo Grande, em 2010. As colisões graves resultaram na morte de 32 motociclistas, nove pedestres, oito passageiros, quatro ciclistas e três condutores.

O comandante da Ciptran aposta na gradativa redução dos acidentes graves. “Comparando 2009 com 2010, tivemos uma diminuição de 8% das colisões com vítimas fatais, que passaram de 61 para 56 mortes”, informou Villasanti. Para 2011, “queremos atingir a meta de 10 a 12% de redução de acidentes com vítimas fatais”, completou.