O pedreiro de 31 anos que está preso pelo feminicídio de Doralice da Silva, de 42 anos, na noite de sexta-feira (20), já tem ficha policial. Há quatro anos, a mãe de 57 anos o denunciou por ameaça em Maracaju, cidade no sul de Mato Grosso do Sul a 149 km de Campo Grande.
Edemar e a então companheira se mudaram para Maracaju após dificuldades financeiras em Ponta Porã. O casal estava morando nos fundos da casa da mãe do pedreiro.
Alcoólatra, o suspeito tinha o hábito de ofender a mãe e a ameaçou caso ela denunciasse à Polícia Civil. A então companheira também era alvo de xingamentos.
Porém, a mulher relatou ter medo do pedreiro e nunca o denunciou. A mãe de Edemar solicitou medidas protetivas e que o filho fosse retirado da casa.
Doralice não tinha medidas protetivas contra o pedreiro. A mulher já tinha solicitado proteção contra o ex-marido, mas os dois não tinham mais contato há um ano.
Doralice é a 16ª vítima de feminicídio em 2025
Doralice da Silva, de 42 anos, foi morta a facadas dentro da própria casa, pelo companheiro, de 31 anos. O feminicídio ocorreu por volta das 23h de sexta-feira (20), na Vila Juquita, em Maracaju. Conforme boletim de ocorrência, Doralice foi encontrada pela filha, coberta de sangue e caída no chão do quarto, já sem vida.
A Polícia Militar foi acionada pelo 190 por vizinhos da vítima, com a informação de um feminicídio no local. O suspeito foi visto fugindo da casa empurrando uma carriola, sentido ao Bairro Nenê Fernandes.
Os policiais realizaram diligências na casa dos pais do suspeito e também em chácaras na antiga saída para Campo Grande, porém ele não foi encontrado.
Horas mais tarde, na manhã de sábado (21), o suspeito apresentou-se à polícia e negou o crime com resquícios de crueldade. A versão apresentada pelo suspeito possui inúmeras contradições.
Ele alegou que soube que estava sendo apontado como autor do crime e, diante disso, resolveu procurar a polícia para “esclarecer os fatos”.
O pedreiro informou que, na noite de sexta-feira, ambos haviam ido ao supermercado de motocicleta e, durante o trajeto, teriam sofrido um pequeno acidente. Já na residência, tiveram uma discussão e decidiram encerrar o relacionamento.
Nesse momento, um homem desconhecido teria chegado em um Volkswagen Gol prata. Ainda, esse homem ajudou-o a colocar seus pertences em uma carriola, para que ele fosse embora, e permaneceu na casa com a vítima após sua saída.
Por fim, disse ainda que câmeras de segurança da região poderiam comprovar sua versão e o trajeto que fez ao deixar o local. Ele detalhou ter seguido pela Rua Mário Silva em direção à Zebulândia, até chegar à casa de uma familiar na Vila Margarida.
Após cerca de 30 minutos da apresentação do suspeito, a polícia foi informada de que seus documentos pessoais e seu celular foram encontrados na Rua Gilberto Alves, um local que não faz parte do trajeto que ele descreveu.
Ainda, o morador relatou ter encontrado os objetos sobre uma carteira perto do muro de sua casa ao sair para trabalhar, sugerindo que alguém pode ter se sentado ali e esquecido os pertences.