‘Recomeçar’: Seis mulheres, vítimas de violência doméstica, farão cirurgia reparadora em março
Quatorze mulheres, de oito cidades de MS, passam por exames para avaliação
Mirian Machado –
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Beatriz* (nome fictício) ficou emocionada com a informação de que poderá reconstruir parte do braço esquerdo após levar um tiro do ex-companheiro há dois anos.
“Graças a Deus eu sobrevivi depois de levar um tiro dele, mas perdi o movimento do braço esquerdo e não posso mais trabalhar. Me aposentei por invalidez. Ainda sinto muita dor, não só física, mas emocional também. A cicatriz no braço é grande e só utilizo roupas que escondem. Fiquei muito feliz quando me ligaram para perguntar se eu tinha interesse de fazer uma cirurgia plástica reparadora. É claro que eu aceitei. Vai ajudar a recuperar e a fortalecer minha autoestima”, declarou a comerciante.
Ela e outras cinco mulheres serão as primeiras do Projeto Recomeçar, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) a passarem pela cirurgia plástica reparadora.
O intuito é elevar a autoestima e fortalecer mulheres vítimas de violência doméstica.
Elas já passaram por todos os exames e pela avaliação de um cirurgião plástico voluntário do programa na quinta-feira (23). As cirurgias iniciam a partir do mês de março.
Ao todo, 14 vítimas foram identificadas e aceitaram passar por avaliação médica nesta primeira etapa do projeto após relatarem lesões físicas aparentes decorrentes de violência doméstica. Elas são dos municípios de Aquidauana, Campo Grande, Dois Irmãos do Buriti, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Jardim, Maracaju e Mundo Novo. Dessas 14, seis tiveram indicação para cirurgia reparadora.
A iniciativa é do TJMS, sob a presidência do desembargador Sérgio Fernandes Martins, por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, em parceria firmada com a Fundação Instituto para Desenvolvimento do Ensino e Ação Humanitária da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. A ação também contempla crianças e adolescentes vítimas de violência.
De acordo com a desembargadora Jaceguara Dantas, coordenadora da mulher, projeto tem o objetivo de oferecer às vítimas de violência doméstica e familiar procedimentos médicos reparatórios, com a finalidade de minimizar marcas ou dores físicas.
Aliviando assim o sofrimento emocional e psíquico das vítimas, diante dos sentimentos de vergonha e exposição social quando questionadas sobre as cicatrizes e lesões aparentes.
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